terça-feira, 3 de agosto de 2010

Vila Nova vive fase difícil há anos e segura lanterna.

Dos três times goianos que estão mal na tabela das suas respectivas competições, o Vila Nova é o que está em pior situação: lanterna da Série B do Campeonato Brasileiro com 4 pontos. O time tem o pior ataque da Segundona, tendo balançado as redes adversárias apenas cinco vezes, média de 0,45 gols por partida.
O pior é que a crise do Vila Nova não é momentânea. O clube não conquista um título desde 2005, quando venceu o Campeonato Goiano pela última vez. O colorado também não participa da Copa do Brasil desde 2006, pois não chega à decisão do Estadual desde 2005. Além disso, disputou a Terceirona em 2007.
O clube vive uma grave crise financeira, já que não conta com patrocinadores de porte. E agora, ex-técnicos e ex-jogadores estão entrando na Justiça para receber os valores devidos pelo clube.
A falta de um planejamento é evidente na agremiação, que já reformou o elenco três vezes no ano. O presidente do Conselho Deliberativo do clube, Carlos Alberto Barros, acredita que o Vila Nova precisa manter os projetos traçados por mais tempo. "Tivemos uma mudança na diretoria, que alterou o planejamento e trocou os jogadores. Se não ficar fazendo mudança, o Vila Nova deverá melhorar. Agora, tem de manter o que foi replanejado", afirma. Segundo ele, o clube já acertou na contratação de Roberto Cavalo, que é um técnico motivador e qualificado para livrar o Vila Nova do rebaixamento.
Barros ainda confidenciou que não assistiu a nenhum jogo do colorado no Brasileirão, no estádio, em 2010. Segundo ele, seu afastamento do clube se deu porque o Vila Nova precisava de novas tentativas. "Estávamos há algum tempo e sempre diziam que não tínhamos ganho nada. Então, achamos que era hora de entrar novas pessoas com novas ideias", explicou.
Para deixar a lanterna da Série B, o Vila Nova aposta na contratação de jogadores que possam resolver o problema. O diretor de futebol, Jair Rabelo, revela que busca um lateral-esquerdo, um zagueiro, um meia e um atacante. "Estamos fazendo um apanhado criterioso. Não temos o direito de errar", frisa. Segundo ele, o Vila Nova tem enfrentado dificuldades nas contratações, pois não dispõe de grande quantidade de recursos para buscar reforços.
A reportagem de O POPULAR esteve na sede do Vila Nova para falar sobre a crise no clube, mas o presidente, Geso de Oliveira, já tinha deixado o local. As chamadas no telefone celular foram repassadas para a caixa de mensagens.
Time tenta acertar pontaria nas finalizações
O elenco do Vila Nova trabalhou forte ontem para deixar de ser o pior ataque da Série B do Campeonato Brasileiro. Em 11 rodadas, o colorado balançou as redes apenas cinco vezes (média de 0,45 gols por partida).
Após um treino tático à tarde, os jogadores vilanovenses treinaram exaustivamente a conclusão de jogadas no campo do Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA). O técnico Roberto Cavalo colocou os atacantes em várias situações de jogo, como lançamentos, cruzamentos e troca de passes na cara do gol.
Responsável pela tarefa de marcar gols, o atacante Roni reclama que o time está tendo poucas chances de balançar as redes. Além disso, as que aparecem nas partidas não estão caindo nos seus pés.
Para o lateral-esquerdo Jorge Henrique, o time colorado tem de continuar treinando para aperfeiçoar a finalização de jogadas. "Esse tipo de treinamento é importante para que a gente consiga fazer os gols. Precisamos acostumar a balançar as redes", acredita o jogador.
Sem escolha
Na próxima partida, o Vila Nova enfrenta o Brasiliense fora de casa e onde o clube da capital federal está invicto. Porém, só a vitória interessa. "Na nossa situação, a gente não tem como escolher adversário nem lugar. Se fosse enfrentar o Real Madrid ou o Manchester, tinha de entrar para ganhar", afirma o atacante Roni.

Como alternativa para o elenco, Roberto Cavalo comentou ontem que irá apostar em jogadores das categorias de base. O problema é que a diretoria emprestou vários atletas do clube neste ano.
Antes do treino de finalização ontem à tarde, o elenco fez treino físico na academia, pela manhã. Hoje, os atletas trabalham em dois períodos no Centro de Treinamento do Setor Santa Genoveva.(CL)
Ídolos se preocupam, mas ainda confiam na reação
Jânio José da Silva
Enquanto Atlético, Goiás e Vila Nova patinam na disputa do Brasileiro, o futuro dos três times goianos é visto com preocupação por ex-jogadores que se identificaram nestas equipes. Apesar de difícil, a fase ruim pode ser revertida, segundo eles.
"Tecnicamente, o Atlético tem um time bom. Mas a política de contratações está errada, pois a maioria dos jogadores contratados está na reserva. A base serviu para subir nas Séries C e B, mas não é forte para a Série A", opinou o ex-volante do Atlético, Marçal.
Presidente do Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de Goiás (Sinapego), Marçal aponta a necessidade de o clube contratar quatro reforços: dois laterais, um meia-armador e um atacante de área. Ele vê equívocos táticos na equipe, como as funções de Pituca e Robston. "O Pituca era o primeiro volante. Agora, é o segundo (volante), enquanto o Robston, que era segundo volante, atua como o 10", citou o ex-jogador, que ainda acredita numa reação, desde que se faça as contratações e o novo técnico, René Simões, consiga acertar o time.
Para Zé Luiz, ex-zagueiro do Vila Nova, a diretoria vilanovense tem de buscar apoio de jogadores que, assim como ele, fizeram história no clube. Ele, por exemplo, revelou que já se aproximou do time na temporada 2004, quando havia risco de rebaixamento à Série C. "Conversei com jogadores como Heleno, Cláudio Luiz e Wando. Fiz com que entendessem a importância e a força do clube", lembrou Zé Luiz, que aconselha a diretoria a buscar pelo menos uma contratação de impacto.
Presente nos títulos do Campeonato Goiano (1989, 90 e 91) e vice da Copa do Brasil (1990), além de campeão do Estadual pelo Vila, em 1993, Agnaldo recomenda ao Goiás apostar no atual elenco para fugir da fase ruim. "Agora é difícil contratar grandes jogadores. O futebol está muito nivelado por baixo. Então, depende do elenco. Todos têm de correr, brigar e trabalhar forte", apontou o ex-atacante.
ENQUETE
GOIÁS
"Tem de contratar jogador que preste. Faltam dinheiro e jogador ao Goiás. Com esse time, não dá para reagir. Tem de contratar para a zaga e o meio-de-campo de armação."
João da Cruz Menezes, 42 anos, mestre-de- obras
"A zaga do Goiás não dá conta do recado. Tem de trazer reforços, arrumar a zaga. O Hugo também machucou. Antes disso, o time estava arrumadinho."
Amaury Assunção, 48 anos, ambulante
ATLÉTICO
"Há muita ansiedade na hora de fazer o gol . Agora, chegou um bom técnico. O Atlético tem de reforçar a zaga e trazer um atacante finalizador para resolver"
Albertino Marques, 54 anos, comerciante
"A zaga é lenta, tem jogadores velhos e o ataque não capricha. O Atlético tem de contratar dois bons zagueiros e um centroavante matador."
Wadas Rodrigues, 28 anos, representante comercial
VILA NOVA
"Não tem time. Os jogadores são fracos e ganham pouco. O clube deve trazer 11 jogadores que resolvam o problema, mas aí custa bem caro, mais de R$ 30 mil ."
Anísio da Silva Lima, 57 anos, vendedor gráfico
Faltam estrutura, planejamento, patrocínio e organização. Falta qualidade ao time. O Vila tem de investir nas categorias de base e deve contratar olheiros.

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