sábado, 24 de julho de 2010

Mano é o novo técnico da seleção.

Ocupar o cargo mais importante do futebol brasileiro com a perspectiva de comandar a seleção numa Copa do Mundo dentro de casa é, teoricamente, o sonho de qualquer treinador. Mas a escolha do novo técnico percorreu um caminho sinuoso, com a recusa dos dois nomes preferidos pela CBF, até a definição por Mano Menezes. O técnico do Corinthians recebeu ontem à noite o convite para o cargo e respondeu que aceita. O anúncio oficial será feito hoje pelo treinador no treino do Corinthians.
O dia de ontem foi de reviravoltas. Na hora do almoço, o presidente Ricardo Teixeira confirmou que Muricy Ramalho era o novo técnico, mas o treinador do Fluminense recusou formalmente o convite horas depois ao não receber a liberação do tricolor. Também para não romper o compromisso com seu clube, Luiz Felipe Scolari, inicialmente o preferido, já havia decidido não voltar à seleção.
Terceira opção da lista da CBF (que tinha ainda Vanderlei Luxemburgo como um quarto nome), Mano Menezes chega à seleção sem problemas para deixar seu clube - o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, tem boa relação com Ricardo Teixeira e chefiou a delegação brasileira na Copa da África do Sul.
Depois de um dia de apreensão à espera da decisão de Muricy, o acerto com Mano foi bem mais rápido. Assim que recebeu formalmente a negativa do treinador do Fluminense, Ricardo Teixeira telefonou para o novo escolhido e ouviu Mano dizer que deseja ser comandar a renovação da seleção brasileira até a Copa do Mundo de 2014.
Em nota publicada no site da CBF, ontem à noite, Ricardo Teixeira explica a opção. "Conversei com muitas pessoas, assisti a debates em vários programas esportivos e ouvi também torcedores para chegar a três nomes. O que determinou a escolha foi o entendimento de que é necessária uma imediata renovação na seleção brasileira, o que o Mano Menezes iniciará já na convocação para o amistoso do dia 10 de agosto contra os Estados Unidos", disse.
Enquanto todos esperavam uma definição do Fluminense e de Muricy, Mano comandava o treino do Corinthians no Parque São Jorge. No começo da atividade, momento em que Muricy era apontado como novo técnico da seleção, Mano estava mais tranquilo do que na véspera, quando era tido como favorito para chegar à seleção. Bastou chegar a notícia de que o Fluminense não havia liberado seu técnico para ressurgir o burburinho. E todos voltaram seus olhares e lentes para Mano novamente.
Entrevista
Na entrevista, o técnico do Corinthians repetiu que não havia recebido nenhum convite da seleção, o que até aquele momento ainda não havia acontecido realmente.

"Sempre fui claro e disse que não havia recebido convite. É demasiadamente desgastante ficar desmentindo o que já nem existia (o convite). É desagradável. Agora vocês sabem que eu não estava mentindo. Ainda bem que alguns ainda falam a verdade no futebol", declarou Mano, que chegou a dizer que torcia para que a CBF e o Fluminense conseguissem se acertar. E elogiou seu colega do tricolor.
Fluminense comemora permanência de Muricy
Rio- A diretoria do Fluminense se surpreendeu, na manhã ontem, ao saber que o técnico Muricy Ramalho estava reunido com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em um clube da zona Oeste do Rio. Havia o temor de que ele largasse o time na liderança do Campeonato Brasileiro e assumisse a seleção.
Cerca de 2 horas depois que o encontro terminou, a cúpula do Fluminense entrou em contato com o representante do treinador, Márcio Rivelino, e ouviu o que tanto queria: Muricy Ramalho permaneceria no clube, pois já havia acertado verbalmente a renovação de contrato até dezembro de 2012 antes de receber o convite da CBF. Todos nas Laranjeiras respiraram aliviados.
"O Muricy vai continuar conosco, vai cumprir seu compromisso. Pessoas do nível dele são necessários no esporte mundial", disse o presidente do Fluminense, Roberto Horcades.
Mais cedo, o desabafo de Horcades dizendo aos gritos que a CBF tinha de ir atrás do técnico Mano Menezes, do Corinthians, é um exemplo de que sua relação com Teixeira não é das melhores. Ao contrário. Cardiologista e ex-diretor do Hospital das Laranjeiras, Horcades chegou a ser amigo e médico de Teixeira.
Houve algumas desavenças entre eles e a ruptura se deu na reeleição de Fábio Koff na presidência do Clube dos 13, em abril. O motivo: o presidente do Fluminense não votou no candidato apoiado pela CBF, no caso Kléber Leite, ex-presidente do Flamengo.

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