A operação bilionária que desmonta o discurso oficial de segurança e revela o novo mapa do crime organizado no Centro-Oeste
Segundo os investigadores, o grupo criminoso é responsável por movimentar quase R$ 1 bilhão em esquemas de lavagem de dinheiro, empresas de fachada e rede de laranjas espalhada pelo país.
O laboratório do crime
Por trás dessa engrenagem está o crime organizado de alta sofisticação financeira, com conexões internacionais e domínio tecnológico: o tráfico migrou do morro para o escritório. E Goiás, com sua malha rodoviária central, virou o laboratório ideal.
A falsa sensação de segurança
Enquanto o governo estadual exibe campanhas milionárias de publicidade afirmando que “em Goiás não tem bandidos” e que a criminalidade foi vencida, a operação bilionária mostra o oposto: o crime não desapareceu — ele se profissionalizou.
Em vez de reduzir a criminalidade, a estratégia de “propaganda de eficiência” mascarou o crescimento subterrâneo de organizações criminosas que se infiltraram na economia formal.
Na ferida: a propaganda e a realidade
Os números desmontam o discurso político:
-
O Primeiro Comando da Capital (PCC) já domina redes de postos de combustíveis em Goiás, usados para lavagem de dinheiro;
-
Investigações federais apontam que bilhões foram reciclados em contratos fictícios e CNPJs fantasmas;
-
A Folha de São Paulo revelou que Goiás é o epicentro da “Rota Caipira”, sendo hoje o maior laboratório de refino e redistribuição de cocaína do país;
-
Operações recentes mostram que a fronteira entre o agronegócio e o tráfico é cada vez mais tênue — com caminhões de insumos, fertilizantes e defensivos servindo de disfarce para o transporte de drogas e dinheiro.
Essa realidade, que o governo tenta minimizar, desmonta o mito de que o combate à criminalidade se resume a apreender armas e prender usuários. O problema não está no morro — está no caixa empresarial, nos depósitos fiscais e nos contratos simulados.
Análise: o coração do problema
A operação desta semana é o retrato da nova face do narcotráfico brasileiro: uma máfia que usa o agronegócio, os postos de combustíveis e as empresas de logística como disfarce — e que encontrou em Goiás o ambiente ideal para crescer.
A Rota Caipira não é apenas uma rota de drogas. É o mapa do poder econômico do crime organizado — um mapa que o país precisa começar a ler antes que se torne irreversível.

Nenhum comentário:
Postar um comentário