O anúncio do retorno do motocross a Mossâmedes, após 20 anos, foi apresentado como uma grande conquista para as comemorações dos 251 anos do município. Shows, trilhas, arquibancadas, movimentação turística — tudo embalado em clima de festa e orgulho local.
Mas à medida que o evento se aproxima, denúncias começam a emergir, indicando que a celebração pode estar servindo como fachada para um esquema de superfaturamento, monopólio privado e possível devolução de dinheiro público.
Superfaturamento: o primeiro sinal de alerta
Informações obtidas pelo Blog apontam que os valores contratados para o motocross e para as atrações musicais podem estar acima do preço de mercado, especialmente quando comparados a eventos similares em cidades vizinhas.
A suspeita recai sobre:
- Contratos sem ampla divulgação,
- Possível dispensa de licitação sem justificativa,
- Valores incompatíveis com o padrão de cachês dos artistas anunciados.
Quando não há transparência, abre-se espaço para acordos privados dentro do interesse público.
Venda de exclusividade de bebidas: crime e favorecimento
Outra denúncia é ainda mais grave: produtores e organizadores teriam vendido “exclusividade” para que apenas uma marca de bebidas pudesse ser comercializada no evento.
Isso configuraria:
- Restrição ilegal à livre concorrência,
- Desvio de finalidade do espaço público,
- Possível violação do princípio da impessoalidade administrativa.
Cobrança de barraqueiros: quem paga a festa é o povo
Comerciantes e donos de barracas teriam sido pressionados a pagar taxas para poder trabalhar, além de serem obrigados a vender apenas o produto da marca autorizada, prejudicando quem já vive na informalidade.
Ou seja:
festa é pública, mas o lucro é privado.
E o prejuízo recai sobre o trabalhador local.
Emendas Parlamentares com devolução: o velho esquema com cara nova
Há ainda suspeita de que recursos destinados ao evento possam ter origem em emendas parlamentares, com a prática conhecida.
Se confirmado, isso configuraria:
- Corrupção ativa e passiva,
- Formação de organização criminosa,
- Dano ao erário, nos termos da Lei 8.429/1992.
Quem são os produtores? Quem ganha e quem paga?
O próximo passo desta apuração será:
- Identificar a produtora contratada;
- Verificar histórico de eventos realizados por ela;
- Cruzar nomes de sócios com apoiadores políticos;
- Levantar ordens de empenho, contratos e notas fiscais;
- Confrontar valores com tabelas reais de mercado.
O Blog solicitará os documentos com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) e encaminhará eventual material ao Ministério Público do Estado de Goiás, caso se confirme irregularidade.
OPINIÃO
Mossâmedes merece festa, cultura, motocross e alegria.
Mas não merece ser palco para negócios obscuros, enquanto o povo paga a conta e meia dúzia lucra por trás do palco.
Festa com dinheiro público não é negócio privado.
A alegria passa.
As notas fiscais ficam.
E nós vamos acompanhá-las.
Blog do Cleuber Carlos
Investigação continua.

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