domingo, 9 de novembro de 2025

O RETORNO DO MOTOCROSS EM MOSSÂMEDES: FESTA POPULAR OU NEGÓCIO PRIVADO COM DINHEIRO PÚBLICO?

O anúncio do retorno do motocross a Mossâmedes, após 20 anos, foi apresentado como uma grande conquista para as comemorações dos 251 anos do município. Shows, trilhas, arquibancadas, movimentação turística — tudo embalado em clima de festa e orgulho local.


Mas à medida que o evento se aproxima, denúncias começam a emergir, indicando que a celebração pode estar servindo como fachada para um esquema de superfaturamento, monopólio privado e possível devolução de dinheiro público.

Superfaturamento: o primeiro sinal de alerta

Informações obtidas pelo Blog apontam que os valores contratados para o motocross e para as atrações musicais podem estar acima do preço de mercado, especialmente quando comparados a eventos similares em cidades vizinhas.


A suspeita recai sobre:


  • Contratos sem ampla divulgação,
  • Possível dispensa de licitação sem justificativa,
  • Valores incompatíveis com o padrão de cachês dos artistas anunciados.


Quando não há transparência, abre-se espaço para acordos privados dentro do interesse público.

Venda de exclusividade de bebidas: crime e favorecimento

Outra denúncia é ainda mais grave: produtores e organizadores teriam vendido “exclusividade” para que apenas uma marca de bebidas pudesse ser comercializada no evento.


Isso configuraria:


  • Restrição ilegal à livre concorrência,
  • Desvio de finalidade do espaço público,
  • Possível violação do princípio da impessoalidade administrativa.

Cobrança de barraqueiros: quem paga a festa é o povo

Comerciantes e donos de barracas teriam sido pressionados a pagar taxas para poder trabalhar, além de serem obrigados a vender apenas o produto da marca autorizada, prejudicando quem já vive na informalidade.


Ou seja:



festa é pública, mas o lucro é privado.

E o prejuízo recai sobre o trabalhador local.


Emendas Parlamentares com devolução: o velho esquema com cara nova

Há ainda suspeita de que recursos destinados ao evento possam ter origem em emendas parlamentares, com a prática conhecida.

Se confirmado, isso configuraria:


  • Corrupção ativa e passiva,
  • Formação de organização criminosa,
  • Dano ao erário, nos termos da Lei 8.429/1992.

Quem são os produtores? Quem ganha e quem paga?

O próximo passo desta apuração será:

  1. Identificar a produtora contratada;
  2. Verificar histórico de eventos realizados por ela;
  3. Cruzar nomes de sócios com apoiadores políticos;
  4. Levantar ordens de empenho, contratos e notas fiscais;
  5. Confrontar valores com tabelas reais de mercado.

O Blog solicitará os documentos com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) e encaminhará eventual material ao Ministério Público do Estado de Goiás, caso se confirme irregularidade.


OPINIÃO


Mossâmedes merece festa, cultura, motocross e alegria.

Mas não merece ser palco para negócios obscuros, enquanto o povo paga a conta e meia dúzia lucra por trás do palco.

Festa com dinheiro público não é negócio privado.

A alegria passa.

As notas fiscais ficam.

E nós vamos acompanhá-las.

Blog do Cleuber Carlos

Investigação continua.


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