quarta-feira, 12 de novembro de 2025

FINTECH CIABRA: A Sociedade Entre Conrado Diedam e Fábio Corrêa Martins Levanta Suspeitas

A crise política que atingiu Morrinhos após o afastamento da secretária de Saúde — que também é vereadora e esposa de Conrado Raphael Bohrer Diedam — abriu uma nova frente de questionamentos sobre um círculo empresarial que opera muito além das fronteiras do município. No centro desse círculo, dois nomes despontam como figuras-chave: Conrado e Fábio Correa Martins.

A investigação não se limita à esfera pública. Pelo contrário: ela agora se expande para dentro de um ecossistema financeiro privado que ambos controlam, incluindo fintechs, holdings de investimento e empresas de tecnologia. E diante das informações levantadas, uma pergunta passa a ser inevitável: houve algum rombo financeiro dentro desse grupo?



UM VÍNCULO SOCIETÁRIO PROFUNDO — E CRIADO PARA PODER

A análise societária revela que Conrado e Fábio não são parceiros eventuais. Eles formam uma sociedade sólida, robusta e interligada, com presença simultânea em diversas empresas estratégicas:


  • Ciabra Capital Participações LTDA
    – Conrado: Sócio
    – Fábio: Sócio-Administrador
  • Alpha Venture Participações LTDA
    – Conrado: Sócio-Administrador
    – Fábio: Sócio-Administrador
  • Ciabra Pagamentos S/A
    – Conrado: Diretor / Sócio fundador
    – Fábio: Ingressou depois, ascendendo a posição de direção
  • Outras empresas conectadas ao ecossistema:
    – The Hunter AI
    – Az Pagamentos
    – Holdings de tecnologia e investimentos

O padrão é sempre o mesmo: Conrado aparece como fundador, estruturador, capitalizador. Fábio surge depois, assumindo cargos executivos, administrativos e operacionais.

É uma dupla complementar, construída para atuar em conjunto no mundo financeiro digital.


Esse vínculo profissional tem força, longevidade e objetivos claros: crescimento agressivo no setor financeiro, expansão territorial, aumento de capital e capilaridade no mercado.


O FATOR MORRINHOS: QUANDO A VIDA PÚBLICA E PRIVADA COLIDEM

O afastamento da secretária de Saúde de Morrinhos, esposa de Conrado, pelo Ministério Público, acendeu um alerta imediato: como um empresário com operações complexas no setor financeiro se relaciona com o poder público local?


Conrado, além de empresário do setor financeiro, é cônjuge direto de uma agente política com forte influência, envolvida na administração da saúde municipal — área cujo orçamento rivaliza com o de muitas cidades inteiras.


Esse cruzamento entre:


  • Poder político municipal
  • Estrutura empresarial privada
  • Fintechs e empresas de crédito

cria um ambiente extremamente favorável para influências cruzadas, favorecimentos, blindagens e circulação de recursos.

Fábio, por sua vez, não é um sócio periférico. Ele é, hoje, a figura central na administração da maioria das empresas da dupla. É ele quem aparece como administrador, responsável por rotina financeira, operacional e societária.


É impossível ignorar que qualquer irregularidade — seja societária, financeira ou legal — atingiria necessariamente ambos.


AS DÚVIDAS QUE SURGEM: HOUVE ROMBO FINANCEIRO NA FINTECH?

A movimentação intensa na estrutura societária, o rápido crescimento das empresas e a sucessão de entradas e saídas de sócios chamam atenção.


Empresas abertas em sequência, alterações contratuais constantes, capitalizações expressivas e sobreposição de funções entre Conrado e Fábio levantam questões que precisam ser investigadas:


  1. A Ciabra Pagamentos sofreu algum desfalque interno?
    – Há movimentações internas que possam indicar desvios?
    – Houve desligamentos recentes de colaboradores estratégicos?
  2. A Alpha Venture Participações foi criada para reestruturar ou blindar ativos?
    – A abertura em maio de 2025 coincide com mudanças no ecossistema Ciabra.
    – Por que Conrado e Fábio assumiram juntos exatamente a administração dessa empresa?
  3. Há indícios de que a Ciabra Capital possa ter absorvido prejuízos não declarados?
  4. Há investidores lesados, operações travadas ou inconsistências nos demonstrativos?
  5. As investigações sobre o afastamento da secretária de Saúde podem tocar em atividades financeiras paralelas?

Nada disso é afirmado como fato — mas são linhas de investigação necessárias, porque a sociedade entre Conrado e Fábio é tão estreita que qualquer irregularidade em uma área respinga automaticamente na outra.


UM NÚCLEO DE PODER QUE PRECISA SER ESCLARECIDO

A junção entre:

  • um empresário com ligação direta ao poder político local
  • um administrador com forte presença no comando de fintechs
  • um ecossistema financeiro ainda nebuloso
  • e o afastamento judicial de um membro da família

forma um conjunto explosivo.

A sociedade entre Conrado Diedam e Fábio Correa Martins  é hoje pilar central de um grupo de empresas que movimenta capital, investimentos, pagamentos e operações financeiras que vão muito além de Morrinhos.


O público tem o direito — e as autoridades, o dever — de saber:


Há transparência na movimentação financeira dessas empresas?

Existe rastreamento adequado dos recursos?

Houve prejuízo ou rombo dentro da fintech?

Há relação entre as investigações do MP e a estrutura privada do grupo Ciabra?


OPINIÃO

O que se vê é um núcleo empresarial poderoso, intimamente ligado ao poder político, administrado por uma dupla de sócios cuja relação vai além de meros negócios.


Quando o Ministério Público afasta uma secretária municipal que é esposa de um dos sócios principais, isso deixa claro que a fronteira entre o público e o privado não está bem definida.


E quando a estrutura societária revela uma teia de participações concentradas em duas pessoas, o risco de centralização, opacidade e controle absoluto cresce exponencialmente.


Por isso, sim:

é legítimo e necessário questionar se houve rombo financeiro, desvio interno ou operações irregulares dentro da fintech e de suas empresas associadas.


A investigação apenas começou — e os dois nomes no centro dela são claros:

Conrado e Fábio.


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