O JOGO DO VICE: CAIADO, DANIEL VILELA E A DISPUTA SILENCIOSA PELO SEGUNDO LUGAR MAIS IMPORTANTE DE GOIÁS
Nos bastidores, uma verdade já está estabelecida: o candidato a vice de Daniel Vilela não será escolhido pelo MDB — será escolhido por Ronaldo Caiado.
No tabuleiro político de Goiás, onde cada movimento é calculado, cada gesto é lido como sinal e cada silêncio pesa mais que um discurso, a escolha do candidato a vice-governador na chapa de Daniel Vilela (MDB) deixou de ser uma simples composição eleitoral. Virou um marcador de força, um recado interno e um aviso externo: quem decide o rumo do governo ainda é Ronaldo Caiado.
Informações de bastidores, amplamente circuladas entre lideranças da base, apontam que Caiado já tem um nome preferido para ocupar a vice: José Mário Schreiner, presidente da FAEG e figura que transita com conforto entre produtores rurais, cooperativistas e o setor que mais sustenta politicamente o governador.
Não é segredo para ninguém que Caiado confia em José Mário — e, mais do que isso, gosta da previsibilidade que ele oferece. É o tipo de aliado que não cria problema, não tenta brilhar mais do que o chefe e garante pontes sólidas com o agronegócio, a base mais fiel do caiadismo.
E no jogo para 2026, lealdade e previsibilidade valem mais que carisma.
A ESTRATÉGIA: O VICE É DO GOVERNADOR, O CANDIDATO É DO MDB
Daniel Vilela pode encabeçar a chapa, mas não será ele quem escolherá o vice.
E isso tem lógica política.
O MDB precisa de Caiado para manter o poder. E Caiado precisa manter controle sobre o próximo governo para garantir legado, continuidade e influência pós-mandato. A equação é simples:
👉 Daniel oferece capilaridade eleitoral.
👉 Caiado oferece o Estado, as bases e a máquina.
👉 O vice garante que a cadeira não escape do grupo certo.
Por isso, a decisão não está no MDB.
Está no gabinete do governador.
E lá dentro, o nome é José Mário.
A ÚNICA EXCEÇÃO NO JOGO: O PL
Caiado teria enviado um recado direto ao PL:
➡️ “Se o partido quiser indicar o vice, eu cedo o espaço.”
É um gesto calculado.
O PL continua sendo uma força incontornável em Goiás, mas que vive um momento de realinhamento e disputa interna. Ao oferecer a vice ao partido, Caiado:
- neutraliza pressões,
- impede fissuras na base,
- dá um aceno ao bolsonarismo sem perder o comando,
- e coloca Wilder Morais no centro da decisão.
A mensagem é clara:
🔹 Se Wilder quiser indicar alguém, a vice é do PL.
🔹 Se não quiser, a vaga volta automaticamente para José Mário.
É um movimento brilhante porque, na prática, Caiado controla os dois cenários.
OS DESCARTADOS: PAULO DO VALE ESTÁ FORA DO JOGO
Nos bastidores do Palácio das Esmeraldas, a informação circula com naturalidade:
o prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, está definitivamente descartado por Caiado.
Não é questão de desempenho municipal, nem de peso político — Paulo é forte, tem mérito administrativo e boa presença regional. Mas não é do círculo íntimo do governador.
Caiado nunca trabalhou com a hipótese de tê-lo como vice.
E, hoje, essa possibilidade é tratada como zerada.
O QUE ESTÁ EM JOGO: CONTINUIDADE E INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA
Caiado está construindo não apenas uma eleição, mas um legado.
E para um político que transformou a própria imagem em marca — seriedade, ordem, agro, disciplina — deixar o governo nas mãos erradas seria um risco.
Por isso:
- o vice precisa ser alguém alinhado ao estilo caiadista,
- alguém que não rompa com ele,
- alguém que represente o agro,
- alguém que tenha densidade, mas não autonomia perigosa.
José Mário encaixa no molde com perfeição.
A LEITURA POLÍTICA
A decisão sobre o vice na chapa de Daniel Vilela revela o que Goiás vive neste momento:
o governo ainda tem um comandante — e ele se chama Ronaldo Caiado.
Daniel entra como candidato, mas Caiado é quem define quem senta ao lado.
O PL foi convidado ao jogo, mas só entra se quiser.
E Paulo do Vale, apesar de seu peso regional, fica de fora.
As próximas semanas devem confirmar o óbvio:
👉 a chapa MDB–União Brasil está pronta — falta apenas o anúncio oficial do vice, que hoje tem nome e sobrenome: José Mário Schreiner.
E, no ritmo em que as peças se movem, será uma escolha tratada como técnica, estratégica e natural. Porque, no fim das contas, é isso que Caiado está fazendo:
montando o próximo governo — mesmo antes da campanha começar

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