A Polícia Civil prendeu cindo pessoas durante uma operação contra fraudes no concurso para delegado substituto, em Goiás. Segundo a corporação, o grupo cobrava de R$ 120 mil a R$ 365 mil por vaga. A organização também é suspeita de praticar irregularidades em processos seletivos de outros estados.
As prisões ocorreram no domingo (12), após a aplicação da segunda fase do concurso. Um dos detidos é um membro da quadrilha responsável por aliciar os inscritos. Os demais são candidatos que já tinham sido aprovados na primeira fase. Segundo a polícia, eles integram famílias ligadas ao Poder Judiciário e influentes em Goiânia.
De acordo com a corporação, um dos presos informou que vendeu um carro e negociava uma casa para pagar a organização criminosa.
A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap) coordena a operação, que continua nesta segunda-feira (13). A polícia não divulgou os nomes dos detidos para não atrapalhar a investigação.
Em nota, a Secretaria de Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan), responsável pelo certame, destacou que “aguarda informações mais detalhadas da Polícia Civil para decidir sobre o concurso de delegado substituto (edital 007/16)”.
Já a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) destacou que os detalhes sobre o caso serão fornecidos durante uma coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira. Sobre a continuidade do processo, o órgão diz que a informação compete à Segplan.
O G1 também entrou em contato, por e-mail, com o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), organizadora do concurso, mas ainda não obteve um posicionamento.
Irregularidades na 1ª fase
Na última quinta-feira (10), promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira informou que investiga denúncias de irregularidades nas notas dos candidatos que realizaram a primeira fase do concurso. Candidatos questionaram o fato de um dos primeiros colocados no resultado ter suposto envolvimento em crimes contra a administração.
De acordo com Leila Maria, concorrentes também procuraram o Ministério Público de Goiás (MP-GO) para questionar a alta quantidade de notas superiores a 90 pontos. Para eles, este resultado causa estranheza pelo fato de se tratar de uma prova de grande dificuldade, em que cada questão errada provocava a perda de 0,25 pontos em relação à nota final.
Segundo a promotora, ela vai intimar um denunciante para prestar depoimento. Também está prevista uma reunião com o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), organizadora do evento. Ela também intimou um reclamante para coleta de informações.
Na ocasião, o Cebraspe informou ao G1 por meio de nota que "ainda não foi notificado sobre a demanda mencionada". Ainda conforme o texto, o órgão "esclarece que, caso seja constatado processo ilícito em qualquer seleção sob responsabilidade deste Centro, a qualquer tempo, será aplicada penalidade cabível para este tipo de situação, conforme regras editalícias que regem os eventos".
Concurso
A Segplan divulgou o edital do concurso em novembro de 2016. O processo conta com 36 vagas com salário de R$ 15.250,02.
O processo seletivo é composto por oito etapas: provas objetivas, provas discursivas, avaliação médica, avaliação de aptidão física, exame psicotécnico, avaliação de vida pregressa e investigação social, curso de formação profissional e avaliação de títulos.
Os concorrentes precisam ter diploma de curso superior de bacharel em direito. A jornada é de 40 horas semanais e exige disponibilidade para viagens.
O prazo de validade do concurso é de seis meses a partir da data de publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado por igual período.
Do G1
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