SÃO PAULO — O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, anunciou na tarde desta segunda-feira que a entidade vai apoiar as manifestações contra o governo Dilma Rousseff, marcadas para o próximo domingo, dia 13 de março. O comunicado foi feito após uma reunião com representantes de mais de cem associações, sindicatos e de movimentos que organizam os protestos contra o governo, como o Vem pra Rua e o Movimento Brasil Livre.
— Nós entendemos, por unanimidade, que realmente esse governo, a senhora presidente da República, perdeu a credibilidade e a confiança e isto está levando a uma deterioração da economia. Então, seria muito importante uma participação pacífica e respeitosa no próximo dia 13. Eu, pessoalmente, vou participar — disse Skaf.
O presidente da entidade disse ainda que vai telefonar para o governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e pedir para que ele ofereça a segurança necessária aos manifestantes.
— Vou solicitar a ele, que é responsável pela segurança pública, que garanta segurança à população. Cabe ao governador dar tranquilidade às pessoas, uma vez que houve comentários infelizes, algum tipo de ameaça à tranquilidade e à ordem.
Skaf considerou como "importantes" o fato de o senador Delcidio do Amaral ter citado a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula em delação premiada, e o líder petista ter sido levado a depor coercitivamente pela Polícia Federal na 24ª fase da Operação Lava-Jato.
— São fatos importantes, mas o que nos leva ao total descrédito do atual governo é muito mais o conjunto dos fatos. Não foram apenas os fatos da semana passada. Nós perdemos 1,6 milhões de empregos de carteira assinada, há indústrias e empresas fechando. Não podemos assistir calados a uma situação.
Questionado se a entidade também defende a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Skaf afirmou que o foco da reunião foi “na questão do governo”.
— Primeiro prioriza o mais importante e não significa que não vai tratar dos demais. Nós temos um problema maior na visão de todos que é a questão do Brasil estar vivendo como um navio à deriva em meio a uma tempestade. A prioridade, creio, o foco para o dia 13, está mais no governo federal.
Além das manifestações contra o governo, a campanha “Não Vou Pagar o Pato”, lançada pela Fiesp no ano passado, também foi pauta do encontro. A iniciativa é contrária ao aumento de impostos e a recriação da CPMF.
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