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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira (3) que a presidente Dilma Rousseff mentiu à nação quando disse que não faria barganha sobre o caso dele no Conselho de Ética. De acordo com ele, Dilma chamou o deputado André Moura (PSC-SE), um dos aliados do presidente da Câmara, para propor que, em troca da aprovação da CPMF, o PT votasse a favor de Cunha no Conselho de Ética.
Cunha aceitou nesta quarta dar prosseguimento ao pedido de impeachment da presidente Dilma. Logo depois, ela fez um pronunciamento na TV do governo para dar uma resposta à decisão. Dilma ressaltou que não faria barganha com o deputado para que ele arquivasse o pedido de impeachment.
Quando questionado pelos jornalistas sobre o que tratava a "barganha", o presidente da Câmara respondeu: "os votos do PT [no Conselho de Ética] e o comprometimento da aprovação da CPMF".
"André Moura que esteve com ela, levado pelo Wagner. A barganha veio sim, proposta pelo governo, e eu me recusei a aceitar. A presidente mentiu, esse é o ponto fundamental que eu queria dizer", continuou Cunha.
O presidente da Câmara disse ainda que a suposta negociação pela aprovação da CPMF era feita sem que ele soubesse. "Muitas coisas são feitas que eu não sei. Eu não participei de nenhuma negociação. Se havia negociação, havia barganha do outro lado. Comigo nenhuma [negociação], eu não quero nenhuma negociação, eu não participo de negociação", ressaltou ele.
Cunha também afirmou que já tinha tomada a decisão de acatar o pedido de impeachment antes de os deputados do PT no Conselho de Ética anunciarem que votariam contra ele.
O presidente da Câmara disse que tem atritos constantes com o PT e que prefere não contar com os votos do partido no Conselho de Ética.
"Todos sabem que eu sou adversário do PT. Nós vivemos em atrito constante. Claro que o PT tem pessoas de bem, pessoas com quem eu tenho boa relação, mas o conjunto do partido é meu adversário. Eu prefiro, com sinceridade, que eu não tivesse os votos do PT no Conselho", disse.
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