Rogério Ceni analisou o atual momento político do São Paulo (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press) |
Após cinco meses, o goleiro Rogério Ceni voltou à sala de entrevistas coletivas do CCT da Barra Funda para comentar a quente semana que tem vivido o clube, tanto dentro quanto fora de campo. Com 42 anos e aposentadoria marcada já para o final da temporada, o arqueiro tricolor mostrou tranquilidade para abordar os problemas envolvendo a diretoria, a inconstância do time em campo e pediu para os companheiros não deixarem que isso atrapalhe o desempenho da equipe.
“É o meu último ano, né? Para mim não tem outra chance de ser campeão. Essa Copa do Brasil aparece como a maior oportunidade no momento”, comentou o jogador, negando uma grande influência disso no futebol apresentado pela equipe, algo apontado por alguns atletas e pelo técnico Juan Carlos Osorio como fatores que ajudam na oscilação do clube, principalmente no Campeonato Brasileiro.
“Eu acho que não (atrapalha). É algo extremamente a parte. Sou um dos mais antigos aqui e os mais jovens não conhecem todas as pessoas, diretores e funcionários que frequentam aqui”, observou. “Para o jogador de futebol, é importante que ele esteja fora desta situação. Não creio que atinja o ambiente de trabalho. O mais importante em si é concentrar”, analisou.
Atleta do clube desde 1990, no entanto, Ceni não deixou de fazer algumas observações a respeito da crise envolvendo o presidente Carlos Miguel Aidar. Criticado pelo ex-gerente executivo, Gustavo de Oliveira, e pelo antigo CEO, Alexandre Bourgeois, o mandatário teve como último episódio marcante a contratação do zagueiro Iago Maidana, revelado pelo Criciúma.
Orçada em R$ 400 mil a princípio, ela acabou fechada em mais de R$ 2,4 milhões, além de contar com uma estranha passagem de apenas um dia do defensor pelo Monte Cristo-GO, time bancado em grande parte por uma distribuidora de bebidas da Zona Leste de São Paulo. “Nem sabia que ele era do Criciúma”, disse Aidar, mesmo após o reforço ter sido sondado há cerca de dois meses pelo Tricolor, quando ainda estava no Tigre. O clube terá de responder na CBF sobre os trâmites do negócio.
“A situação politica pode afetar muito o clube, a marca São Paulo. Você expõe muito o clube na imprensa, deixa tudo muito vulnerável. Grande parte das noticias não são totalmente verdadeiras, é difícil você tratar de assuntos mais movimentados”, frisou, sem antes deixar um recado para o novo reforço.
“Olha, para ser bem sincero, eu nem sabia que estávamos contratando um zagueiro, só vi quando ele chegou aqui para treinar. Se há algo de obscuro na sua chegada, se foi por R$ 2 milhões, R$ 400 mil, R$ 800 mil, não sei, o fato é que isso não diz respeito a ele. O que ele tem de fazer é se preocupar em jogar futebol. Vamos ajudá-lo para que ele faça isso sem problemas”, encerrou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário