quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Pizzolato Será Extraditado para o Brasil


Pizzolato foi condenado pelo mensalão
Lula Marques/Folhapress
Condenado no mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil está detido na Itália desde fevereiro de 2014.

O Conselho de Estado da Itália autoriza a extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no mensalão. 

Os juízes rejeitaram o recurso apresentado pela defesa de Pizzolato e afirmaram que foram apresentadas garantias suficientes sobre as condições das prisões brasileiras em preservarem os direitos humanos. Segundo a Corte, as garantias foram apresentadas "tanto pelo governo quanto pelas máximas autoridades judiciárias brasileiras". 

Após ter a extradição confirmada pelo Conselho de Estado, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil não pode mais recorrer à Justiça da Itália. A informação foi confirmada à BandNews FM pela deputada ítalo-brasileira, Renata Bueno. Os detalhes sobre o envio de Pizzolato ao Brasil já estão sendo definidos pela Embaixada brasileira.

Em junho, o conselho, que é a segunda instância da Justiça administrativa italiana, resolveu adiar para setembro a decisão sobre a extradição, pedindo novos documentos e esclarecimentos ao governo brasileiro sobre a situação das penitenciárias do país. A defesa de Pizzolato insistia que os centros detenção no Brasil violavam os direitos humanos. 

A audiência desta manhã começou por volta das 9h (horário local, 4h em Brasília) e ocorreu a portas fechadas. Um grupo de cinco magistrados ouviu por meia hora os argumentos apresentados pelo advogado Alessandro Sivelli, da defesa de Pizzolato; Michele Gentiloni, representante da União; e Giuseppe Alvenzio, do Ministério da Justiça da Itália. 

No fim do mês passado, o Brasil entregou uma série de documentos que dava garantias de que o ex-diretor de Marketing pudesse cumprir pena no país. Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva no processo de mensalão em novembro de 2013. Com um passaporte falso de seu irnão Celso, morto há 30 anos, o ex-diretor fugiu para a Itália e foi preso em fevereiro do ano passado em Maranello por falsidade ideológica. 

O brasileiro ficou até outubro na penitenciária de Modena, quando o Tribunal de Bolonha negou sua extradição ao Brasil. Pizzolato esteve livre até fevereiro deste ano, quando a Corte de Cassação da Itália concedeu sua extradição. A decisão foi ratificada pelo Ministério da Justiça e pelo Tribunal de Lazio, primeira instância da Justiça administrativa.

Prefiro morrer a cumprir pena no Brasil

Em maio deste ano, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, afirmou ao senador italiano Carlo Giovanardi que "prefere morrer a descontar a pena por anos em uma penitenciária do Brasil". Giovanardi, que é o chefe do partido Área Popular na Comissão de Justiça do Senado, teve uma reunião com o brasileiro e seu advogado, Alessandro Sivelli, e divulgou uma nota explicando os temas debatidos entre eles.

O parlamentar pediu ao ministro da Justiça local, Andrea Orlandi, que "revogue" a decisão de extraditar o acusado no processo do Mensalão ao Brasil. Segundo Giovanardi, a medida "coloca em risco a vida de Pizzolato, que se colocou a disposição de cumprir a pena na Itália, mesmo com o legítimo pedido de revisão do processo em que foi envolvido no Brasil".

Da Agência Brasil, com BandNews FM

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