Já tem quase uma semana que um vídeo em que você aparece caiu na internet, mas foi só hoje que um grande amigo comentou sobre o assunto, e finalmente fiquei a par de tudo. Que confusão, não?
Aposto um braço meu que você nem imaginava que aquela noite bacana, com aquele carinha legal, pudesse acabar de um jeito tão escroto e injusto. Aliás, apesar de não te conhecer pessoalmente, sei de coisas muito importantes a seu respeito.
Sei, por exemplo, que você gostava bastante daquele sujeito, e que só por isso permitiu que ele te filmasse em um momento íntimo e privado. Que você confiava nele e acreditava quando ele dizia que aquilo era só para vocês. Que você, assim como eu e outras tantas mulheres que não têm medo de falar a verdade, também faz sexo – e gosta. Que você, assim como eu e aquelas mesmas outras tantas mulheres, às vezes não sabe lidar com o julgamento e as críticas dos que não toleram quem se expõe e é feliz assim. E, acima de tudo, que você, embora tenha uma filha e saiba o que fazer com um homem na cama, tem apenas 19 anos, e ainda enxerga o mundo sob o véu da ingenuidade.
Isso não é um problema, Fran, pelo contrário. É o que dá a cor e a beleza que sua vida tem.
A questão, na verdade, é que muitas vezes cruzam nosso caminho pessoas que pensam diferente. Não tem certo e errado, tem a diversidade, e é justamente aí que o ser humano se embanana, tropeça e pode escorregar – e o tombo, Fran, quase sempre dói à beça.
É experiência própria.
Já me chamaram de puta porque convido homens para sair ao invés de esperar que eles me chamem, já tiveram pena de mim porque dou a cara a tapa, já me perguntaram o que eu fiz para que aquele sujeito tentasse me comer à força. Hoje mesmo, quando preparava essa foto aí de cima pra você, tinha gente cochichando e rindo pelas minhas costas, tipo o que faziam quando a gente estava na 5ª série B.
Haters gonna hate, Fran, conhece essa frase? Não tem como ser unanimidade. Os machistas – e nisso se incluem homens e mulheres – vão defender até a morte o pulha que publicou o vídeo, e te chamar de vaca. Os prudentes, que nunca amaram loucamente nem leram Nelson Rodrigues na vida, vão te chamar de burra por ter se permitido filmar enquanto agradava, entregue e submissa, o homem que escolheu para adorar. As recalcadas, por fim, vão se horrorizar e dizer “nós nunca faríamos isso”.
Mentira, que elas fariam, sim. A única diferença, querida, é que o vídeo delas não seria tão bonito, natural e vivo como o seu. Força, Fran, que isso tudo já já passa e você volta a ser feliz.
Beijo,
Marcella Franco - Blog Bonitinha mas Ordinária - Portal R7
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