segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Subir um degrau de cada vez.

O Atlético apresenta hoje o seu quarto técnico nesta temporada e deposita em René Simões suas esperanças de deixar a lanterna e a zona de rebaixamento do Brasileirão. O novo treinador tem fama de motivador, apesar de dizer que seu forte é o trabalho técnico e tático. Experiente, o carioca de 57 anos já rodou o mundo já visitou 82 países e venceu desafios como levar a seleção da Jamaica à Copa de 1998 e conquistar a medalha de prata com a seleção brasileira feminina na Olimpíada de Atenas/2000. O técnico, que já trabalhou com Elias e Carlinhos Bala, tem boas recordações de Goiânia.Tive boas experiências. É uma cidade extremamente evoluída e receptiva. Será muito bom.
O senhor assistiu ao jogo de sábado (Atlético 1 x 1 Guarani)? Que impressão teve em relação à equipe atleticana?
Eu vi pela televisão. Já assisti a alguns jogos do Atlético. É uma equipe que tem qualidade e conseguiu ganhar do Corinthians, que era líder do Brasileiro. Ontem (sábado) não fez uma exibição ruim. Poderia ter tido melhor sorte, mas a equipe passa por aquele momento em que as coisas não dão certo. Tem de trabalhar dobrado, ter comprometimento e atenção dobrados, fazer tudo mais.

Há algum tempo, o Atlético cria muitas oportunidades de gol, mas peca nas finalizações. Como corrigir isso?
Qualquer coisa que se fale antes de ter contato com o grupo, é coisa que se joga no ar. Ninguém conhece um grupo antes de trabalhar com ele.

Conheço o elenco do Atlético, o nome dos jogadores, a forma de jogar. Mas tenho de trabalhar com o jogador para conhecê-lo e ver como reage quando está sob pressão, quando está em uma situação em que passa a ser protagonista, a carga de trabalho que ele suporta, tudo isso. Agora, é infalível trabalhar mais, se comprometer, querer e acreditar mais em si. Mais é a palavra mágica deste momento.


Na situação, qual a importância do trabalho psicológico com o elenco?
Primeiro, gostaria que o torcedor e os jogadores tenham certeza de que minha maior qualidade é o trabalho dentro de campo: a parte tática, técnica, desenvolver a habilidade que o jogador tem e às vezes está escondida. Esse é meu forte. Mas é importante trabalhar com o lado psicológico, mexer com os jogadores, a torcida e até a imprensa, porque todos representam o Estado.

O senhor terá um profissional desta área para o clube?
A princípio, chego a Goiânia com dois assistentes, o Alfredo Monteiro e o Francisco Santos. Vamos contratar um preparador físico. Amanhã (hoje) terei uma reunião com o Adson (Batista, diretor de futebol do Dragão) para definir outros detalhes. A intenção é montar uma equipe completa.

O que fazer de imediato em relação ao lado motivacional? Há tempo para uma recuperação no Brasileiro?
Não pensar em posição na classificação. Se você está em último ou 1º e pensar muito nisso, acaba perturbando seu espírito, seu desempenho. Não tem de pensar, tem de jogar o próximo jogo. Temos de subir um degrau de cada vez. Não podemos ficar projetando nada, senão acabamos enlouquecendo e não fazendo nada. Temos de trabalhar pensar no Ceará (seu último clube e adversário de domingo).

Até onde dá para chegar a esta altura?
Não sei onde podemos chegar. Em 2008, peguei o Fluminense na zona de rebaixamento a dez jogos do fim do Brasileiro e conseguimos a vaga na Sul-Americana (o Flu terminou em 14º lugar). Antes de eu assumir o time, tinha gente que achava que eu era louco de pensar em Sul-Americana. A gente conseguiu porque pensou jogo por jogo. Agora, temos 26 jogos e é suficiente para fazer alguma coisa.

Como é pegar um time sem muita margem financeira para se reforçar?
Primeiro, vou conhecer o grupo, ver quem é quem e o que cada um pode dar. Só depois eu vou pensar nisto.


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