O senador Vanderlan Cardoso, que já foi considerado uma presença consolidada na base governista, vem sendo gradualmente alijado do projeto. O movimento não é explícito, mas está dado: Vanderlan não compõe mais a chapa prioritária do grupo. O discurso interno é pragmático: “Não encaixa no projeto”. Em outras palavras, o protagonismo que Vanderlan busca não interessa ao Palácio.
A CHAPA DOS SONHOS DO PALÁCIO
A articulação desejada por Gracinha Caiado é muito clara:
• Daniel Vilela (MDB) — candidato ao governo
• Gracinha Caiado (União Brasil) — candidata ao Senado
• Alexandre Baldy (PP) — segundo nome ao Senado
Essa é a composição que a primeira-dama deseja e trabalha para consolidar.
A participação de Baldy é estratégica: articulação em Brasília, trânsito partidário, construção financeira e capacidade de comunicação moderada. Ele seria o “senador de influência”, enquanto Gracinha seria o “senador de poder”.
Neste desenho, não há lugar para Vanderlan.
Nem para o Deputado Federal Dr. Zacharias Calil, médico cirurgião, bem avaliado e com reputação propositiva.
MAS O JOGO NÃO ACABA NO PALÁCIO
Se Calil não cabe na chapa de Gracinha, ele pode caber onde o terreno é mais fértil:
na chapa de Marconi Perillo.
É aqui que entra o ponto central desta análise.
O CÁLCULO DA ELEIÇÃO COM DOIS VOTOS PARA O SENADO
Essa eleição tem uma particularidade determinante: o eleitor vota em dois senadores.
A disputa, portanto, não será vencida apenas pelo “primeiro voto”, o voto de identificação.
Será vencida pelo “segundo voto”, o voto da racionalidade, do equilíbrio ou até da rejeição ao outro.
• O eleitor de Gustavo Gayer (PL) dará seu primeiro voto a ele.
Mas dificilmente dará o segundo voto a Gracinha ou Baldy.
Calil entra como opção natural.
• O eleitor desiludido com Vanderlan, sem seu candidato na chapa governista,
não votará em Gracinha.
Pode depositar segundo voto em Calil.
• O eleitor que apoia Marconi tenderá a fechar a chapa.
Calil tem o primeiro voto nessa situação.
Ou seja:
O candidato que conquistar o maior número de segundos votos pode ser o mais votado da eleição — e pode ser eleito.
E Calil tem uma característica rara nesta disputa:
não possui rejeição transversal.
Ele pode ser:
• Segundo voto do eleitor conservador
• Segundo voto do eleitor governista descontente
• Primeiro voto do eleitor marconista tradicional
• Segundo voto do eleitor independente urbano
Isso cria uma avenida política, não uma brecha.
A CONCLUSÃO POLÍTICA
Se confirmada a chapa Gracinha + Baldy, o governo aposta numa eleição de força, palanque e estrutura.
Mas eleições para o Senado não seguem a mesma lógica das eleições majoritárias tradicionais.
Elas seguem a lógica da rejeição ao outro voto.
E neste cenário, Zacharias Calil não aparece como alternativa, mas como equilíbrio.
Se ele entrar na disputa:
• Não briga pelo primeiro voto contra os gigantes.
• Ele coleta o segundo voto que os gigantes não conseguem ter.
E numa eleição com dois votos,
quem coleta o segundo voto é quem pode ser eleito.
Gracinha pode montar a chapa dos seus sonhos.
Mas a eleição, quem decide, não é o Palácio.
É o eleitor que, diante da urna, reflete, compara e escolhe não quem briga mais, mas quem pesa menos.

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