A revelação de um esquema de corrupção envolvendo o Secretário de Saúde Guilherme Stival e o Prefeito Dr. Wallison, em São Simão, parece ser apenas a ponta do iceberg de uma rede de conluios que se estende a outras cidades de Goiás. Documentos e investigações recentes apontam que o mesmo grupo, incluindo o empresário Sidnei Júnior, a empresa Estação da Limpeza, e o deputado federal Glaustin da Fokus, está sob a mira do Ministério Público em Aparecida de Goiânia, onde mais um contrato suspeito foi firmado.
Tudo começou na pequena cidade de São Simão, onde esses envolvidos são suspeitos de direcionar um contrato milionário, sem concorrência pública, para a compra de um produto destinado ao combate ao mosquito Aedes aegypti. O valor do contrato? Nada menos que R$ 3.588.480,00.
O contrato foi assinado sem a realização de licitação, sob a justificativa de que a empresa Estação da Limpeza era a única capaz de fornecer o produto "Aedes do Bem". No entanto, a rapidez e a falta de transparência no processo levantaram suspeitas de que tudo foi orquestrado para favorecer essa empresa específica. Além disso, o envolvimento do deputado federal Glaustin da Fokus, que liberou recursos via emenda PIX para esse contrato, só aumentou as dúvidas sobre a legalidade dessa transação.
Logo após o caso de São Simão, um novo escândalo com os mesmos envolvidos surgiu em Aparecida de Goiânia. Desta vez, o valor do contrato foi ainda mais surpreendente: quase 18 milhões de reais (R$ 17.997.840,00) para a compra do mesmo produto. Assim como em São Simão, a empresa beneficiada foi a Estação da Limpeza, e o contrato foi firmado sem licitação.
Diante dessas suspeitas, o Ministério Público de Goiás (MPGO) não perdeu tempo e já propôs uma ação civil pública para anular o contrato em Aparecida de Goiânia. A promotora responsável pelo caso, Suelena Caetano Fernandes Jayme, recomendou a suspensão imediata do contrato, citando possíveis irregularidades como superfaturamento e a falta de justificativas adequadas para a escolha da empresa. Segundo o MPGO, o processo administrativo que resultou na contratação está repleto de falhas, e há fortes indícios de que o esquema em Aparecida de Goiânia foi uma repetição do que aconteceu em São Simão.
Curiosamente, o contrato em Aparecida de Goiânia foi firmado antes do de São Simão, mas o padrão de operações é idêntico, sugerindo uma estratégia bem ensaiada para desviar recursos públicos em diferentes municípios. Em ambos os casos, os mesmos envolvidos foram os grandes beneficiários, levantando questionamentos sobre o verdadeiro objetivo dessas contratações.
Se a estratégia era fazer o bem, ao menos o "Aedes" foi direto ao ponto. Pena que os mosquitos, nesse caso, são outros, e os focos, pelo visto, não são só de dengue.
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