domingo, 25 de julho de 2021

O Frio do Século Chegou no Brasil

 


Como a onda de frio que está vindo se compara a outras grandes deste século? Massa de ar polar de muito forte intensidade ingressará no território brasileiro entre a terça-feira (27) e a quarta (28), provocando queda muito drástica da temperatura e trazendo frio com valores extremos e pouco freqüentes de se observar em algumas estações na segunda metade da semana.

Esta terceira intensa massa de ar polar deste inverno vai alcançar o Sul, o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil com mínimas negativas em estações meteorológicas de ao menos sete estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro (Itatiaia), e São Paulo.


No Sul do Brasil, marcas tão baixas quanto -9ºC a -11ºC são possíveis nas partes mais altas da região neste evento de frio. Em muitos locais, porém não em todos, o frio será mais intenso neste episódio que nas ondas de frio do fim de julho e da semana que está terminando.

A tendência é de mais uma vez se registrar um episódio de geada ampla no Centro-Sul do país, sobretudo na sexta (20), e é alto o risco de geada negra por ação do vento que trará sensações térmicas congelantes e, no caso de áreas de maior altitude do Rio Grande do Sul e Santa Catarina até com valores perigosos que podem atingir de -10ºC a -20ºC.

Esta será uma das massas de ar polar mais fortes a alcançar o Brasil neste século devido a sua grande magnitude, porém não será a pior porque numa média geral das condições previstas (mínimas baixas, máximas baixas, geada e neve) não superará alguns eventos de frio muito intenso e neve dos últimos 20 anos.

As mínimas em muito locais alcançadas nos anos 2000, 2007, 2009, 2011 e 2013 não seriam superadas nesta onda de frio por chegar, mas o episódio gelado a caminho entrará no ranking das menores mínimas dos últimos 20 anos em diversas cidades.

Será a terceira massa de ar frio de origem polar de grande intensidade em apenas um mês no Brasil, o que é pouco comum, e as conseqüências econômicas já graves impostas pela temperatura baixa e geada nos dois primeiros episódios gelados tendem a agravar ainda mais as perdas registradas no campo com impacto em milho, cana de açúcar, café, e o setor hortifrutigranjeiro.

Os cálculos das perdas neste último evento de frio ainda estão sendo feitos, mas não será surpresa se as perdas na soma destes três episódios gelados, os dois ocorridos e o que está por vir, alcancem bilhões de reais no setor primário.

CADA ONDA DE FRIO TEM SUA “IMPRESSÃO DIGITAL”

Nenhuma onda de frio é igual a outra, o que torna difícil comparações, mas uma média das condições de temperatura e fenômenos invernais associados permite uma avaliação da magnitude de cada evento de frio extremo que chega ao Centro e ao Sul do Brasil.

Cada onda de frio, na prática, tem as suas próprias “impressões digitais” numa analogia. Nenhum evento extremo de frio é idêntico ao outro e em cada episódio algumas áreas são mais castigadas que outras. Houve eventos em que o frio quebrou recordes em um grande número de locais, mas em outros em apenas algumas regiões.

A onda de frio recente do final de junho, por exemplo, trouxe geada para pontos do Mato Grosso em que não geava desde a histórica onda de frio de 1975, mas as consequência do frio de junho foram muitíssimo menos graves na agricultura que 46 anos atrás.

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