Ao tentar determinar o bloqueio internacional das contas de bolsonaristas nas redes sociais, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acabou fortalecendo a estratégia do grupo que é alvo do chamado Inquérito das Fake News. Moraes é o relator do inquérito no STF.
O Twitter chegou a acatar o bloqueio internacional cobrado por Alexandre de Moraes, mas anunciou que recorreria ao plenário do STF. Já o Facebook não acatou a decisão do ministro, sob o argumento de que a própria legislação brasileira reconhece os limites de sua jurisdição.
Na verdade, o Facebook teme que, obedecendo internacionalmente uma instância de jurisdição local, como o STF do Brasil, estaria criando um precedente danoso ao funcionamento da plataforma no resto do mundo.
Ou seja, Moraes conseguiu jogar o Facebook e o Twitter para o lado dos bolsonaristas. Se insistir, provavelmente o caso acabará sendo julgado em cortes no exterior, quiçá em cortes multinacionais, como a Interamericana de Direitos Humanos, por conta da discussão sobre liberdade de expressão.
"Isso é importante, porque se a CIDH condenar o Brasil ou um ministro, o Bolsonaro será obrigado a cumprir", disse o blogueiro Bernardo Kuster na live de Bia Kicis.
É este o maior desejo dos bolsonaristas, que estão passando por um momento de depressão, desde que foram levantadas denúncias de uso de robôs para atacar seus adversários aqui no Brasil.
A própria live de Bia Kicis tinha como mote principal uma entrevista com Ryan Hartwig, ex-funcionário do Facebook que afirmou no Senado dos EUA que a plataforma teria como política a censura a postagens dos conservadores.
O exagero de Alexandre de Moraes pode servir para tirar das cordas o grupo. Um verdadeiro tiro no pé.
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