O número de pessoas infectadas pelo HIV no Brasil preocupa: o último relatório divulgado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), referente ao ano de 2016, aponta para um total de 827 mil brasileiros contaminados pelo vírus.
Os dados são mais preocupantes entre os jovens de 15 a 24 anos, tanto do sexo masculino quanto do feminino.
AIDS no Brasil
De acordo com relatório, o Brasil está vivendo uma epidemia da doença entre jovens de 15 a 24 anos. De 2006 a 2015, a taxa de detecção de casos de AIDS entre jovens do sexo masculino com 15 a 19 anos quase que triplicou, passando de 2,4 para 6,9 por 100 mil habitantes.
Entre os homens de 20 a 24 anos, a taxa mais que dobrou. O número de casos subiu de 15,9 para 33,1 para cada 100 mil habitantes. Em 2006, para 1 mulher que vivia com AIDS no Brasil, havia 1,2 caso em homem. Em 2015, a incidência de homens diagnosticados com a doença aumentou muito. Para cada caso de mulher com AIDS, havia três casos em homens.
Entre as mulheres jovens, assim como entre as acima de 55 anos, também houve aumento no número de casos de infecção. Entre 2005 e 2016, a taxa de detecção de AIDS subiu 12,9% entre as mulheres de 15 a 19 anos; 2,7% entre as de 55 a 59 anos; e 24,8% nas que têm 60 anos ou mais.
Em entrevista ao site de notícias da rede britânica BBC, a psicóloga e gerente operacional do Departamento de DSTs/Aids da Paraíba Ivoneide Lucena afirma que este aumento significativo no número de casos de AIDS em idosos se deve à falta de costume em usar preservativos, já que eles nasceram antes da epidemia que aconteceu na década de 80 e passaram grande parte da vida tendo relações sexuais de forma desprotegida.
Segundo o Ministério da Saúde, do total de pessoas estimadas com HIV, 87% sabem que são portadoras do vírus. Isso significa que 112 mil convivem com o vírus sem saber. Dentre as pessoas que sabem que têm HIV, apenas 64% estão fazendo tratamento.
Muitas pessoas têm medo de descobrir o vírus no sangue, já que os soropositivos ainda sofrem preconceito e existe um estigma em torno da doença. Por isso, ainda há resistência para a realização de exames e acompanhamento preventivo.
Além disso, o estereótipo da pessoa com AIDS, que fica magra e debilitada rapidamente, não é mais verdade. Pode demorar mais de dez anos para que o vírus se manifeste no corpo e, assim, o paciente sexualmente ativo que não inclui testes preventivos de HIV nos exames de rotina pode correr o risco de estar infectado sem saber.
Riscos da AIDS
A AIDS é uma doença grave e incurável que surge em decorrência da infecção pelo vírus HIV, que é sexualmente transmissível. Ela ataca o sistema imunológico da pessoa e interfere na capacidade do organismo de combater infecções.
A forma mais comum de transmissão da doença é durante as relações sexuais desprotegidas, ou seja, sem o uso de preservativo. Além disso, o vírus HIV também pode ser transmitido de mãe para filho durante o parto e quando a pessoa tem contato com sangue contaminado com o vírus. Por isso, é possível contrair o vírus durante transfusões de sangue e no compartilhamento de seringas.
Um simples exame de sangue é capaz de detectar a presença de algum anticorpo anti-HIV, o que significa que a pessoa teve contato com o vírus. Caso este teste dê positivo, é necessária a realização de um teste confirmatório que é feito com a mesma amostra de sangue.
A confirmação é necessária porque pode acontecer de o exame de HIV apontar um resultado falso positivo. O contrário também é possível: o resultado falso negativo acontece quando a pessoa foi infectada com o vírus, mas ainda não deu tempo de o HIV se manifestar no organismo.
O teste pode ser realizado gratuitamente nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em outras unidades de saúde pública. Para saber o local mais próximo de você, basta ligar para o Disque Saúde (136).
Após o diagnóstico, o paciente deve procurar um especialista em AIDS. Nesta consulta, o médico pedirá exames clínicos e laboratoriais. Com os resultados em mãos, o especialista indica como a terapia antirretroviral (tratamento com medicamentos) deve ser feita.
Os remédios são fortes e podem causar efeitos colaterais. O Serviço de Assistência Especializada do Sistema Único de Saúde, o SUS, ainda disponibiliza atendimentos com psicólogos, assistentes sociais e farmacêuticos.
Vale lembrar que a melhor forma de se proteger da doença é usando camisinha durante as relações sexuais. Por isso, nunca deixe de usar preservativo.
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