quinta-feira, 11 de abril de 2019

Nova diretoria da Ceasa-GO chega aos 100 dias de gestão no azul



Entreposto quitou mais de R$ 2 milhões em dívidas, renegociou débitos e retomou capacidade de investimento em pouco mais de três meses



A nova diretoria da Centrais de Abastecimento do Estado de Goiás (Ceasa-GO) atingiu importante marca nos primeiros 100 dias à frente do entreposto e iniciou o mês de abril com as contas no azul. Desde o início de janeiro, a empresa se adequou às novas diretrizes de gestão implementadas no Estado pela gestão do governador Ronaldo Caiado e vem promovendo mudanças profundas na administração do mercado.

Segundo o presidente da Ceasa-GO, João Batista de Freitas Lemes, dois pontos foram essenciais para a retomada do saldo positivo nas contas do entreposto. “O primeiro deles foi a constituição de uma comissão específica para a revisão dos contratos, parcerias e convênios. Ali pudemos identificar onde estávamos errando, gastando mais que o necessário, atuando fora da nossa alçada. O segundo pilar foi renegociar tantos as nossas dívidas quanto o que tínhamos a receber. Assim, criamos possibilidade de pagar e de receber dívidas que pareciam impagáveis”, enfatizou.

Após a renegociação com credores e prestadores de serviço, a Ceasa-GO quitou uma dívida total de R$ 2.000.670,83. Já em relação aos devedores, um total de R$ 1.537.430,07 já foi rediscutido e acertado termos de pagamento para o mercado.

Para João Batista, o saldo positivo nas contas é essencial para ações futuras da Ceasa-GO. “Com o fim desta dívida e a entrada deste passivo nas contas, a empresa foi capaz de valorizar os servidores, mantendo o salário pago dentro do mês trabalhado, e projetar mudanças necessárias para a modernização do mercado, que é o quinto maior do país e sofre com alguns gargalos completamente possíveis de serem superados”, disse.


Mudanças

Algumas medidas de modernização já foram anunciadas e outras estão em fase de implementação por parte da nova diretoria. Uma das primeiras a entrar em vigor foi a Ouvidoria, que desde o dia 2 de abril estabelece um canal direto de comunicação entre concessionários, permissionários, pequenos produtores e compradores. “A Ouvidoria é muito importante, pois facilita o contato entre Ceasa e sociedade, para que denúncias, reclamações e sugestões sejam resolvidas e adaptadas. O que antes era recebido de forma desordenada, muitas vezes de forma informal, hoje tem um canal específico e formal para ser tratado com a importância que merece”, afirma Edvaldo Gonçalves Reis, assessor de Controle Interno.

Além disso, a Ceasa-GO iniciou também neste mês a informatização do sistema de cobrança de tarifas dos produtores e pequenos comerciantes que atuam nos galpões específicos. A mudança trouxe mais rapidez no pagamento dos débitos e possibilitou um maior controle sobre quem atua no local e quais produtos estão sendo vendidos.

Paralelamente à informatização da cobrança, a nova diretoria da Ceasa-GO determinou uma atualização cadastral das permissões e concessões. Uma equipe de técnicos fará visitas aos boxes e galpões para realizar um levantamento das alterações e inconformidades das áreas. “Historicamente, muitas áreas da Ceasa cresceram de forma desordenada, sem fiscalização. Esta avaliação técnica visa corrigir as distorções existentes”, explica o diretor de Operação e Estratégia de Mercado, Luiz Antônio Toledo Carvalho.

Outras medidas práticas já adotadas incluem o projeto de revitalização e readequação da sinalização e circulação no trânsito interno, a implantação de um calendário de higienização nos galpões do produtor e dos permissionários, a proibição da atuação de ambulantes e organizadores de rifas no espaço do mercado, a inspeção regular do Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária nos espaços internos do entreposto e a identificação de problemas estruturais que podem comprometer a segurança de quem compra e vende na Ceasa-GO.


Futuro

A viabilização da nova gestão e a recuperação da capacidade de investimento da Ceasa-GO são primordiais para o futuro do mercado, que registrou em 2018 um volume de negócios de mais de R$ 2,2 bilhões. “Ao longo dos anos, a Ceasa sofreu com a falta de uma política administrativa dinâmica, eficiente e responsável. Este cenário e a falta de um planejamento estratégico levou a um déficit orçamentário que resultou na impossibilidade de se buscar soluções para os mais diversos desafios que uma empresa deste tamanho enfrenta”, analisa o presidente João Batista de Freitas Lemes.


Desde que assumiu o comando da Ceasa-GO, João Batista vem estreitando a relação com os demais presidentes de centrais de distribuição do Brasil – recentemente foi firmada uma intenção de intercâmbio de informações entre o mercado goiano e a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), terceiro maior entreposto do mundo. “Nos encontros que tivemos foi possível avaliar que a Ceasa-GO está bem, é respeitada no Brasil e tem projetos interessantes, que inclusive servem de modelo para outros mercados”, aponta João Batista.

Entre os projetos em processo de finalização que tem sido analisados de perto por outros presidentes estão o novo Banco de Alimentos e o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) que devem ser inaugurados em breve. Hoje, 724 famílias e 64 instituições filantrópicas são atendidas pelo Banco de Alimentos, que distribui, em parceria com a União de Atacadistas e Produtores de Hortifrutigranjeiros do Estado de Goiás (Uniap), mais de 100 toneladas de alimentos que teriam como destino o lixo. “Com as novas instalações, o objetivo é ampliar esta importante ação social. Já a construção da unidade de ensino dentro do mercado promove o bem-estar do trabalhador, que agora tem seu filho próximo a ele com segurança”, explica João Batista.

Outro projeto que impacta positivamente é a Usina de Triagem e Compostagem (UTC), que transformará os resíduos orgânicos da Ceasa-GO em adubo. Quando implementada, a unidade evitará que mais de 90% do lixo produzido no mercado seja enviado para o aterro sanitário, o que diminuirá consideravelmente os gastos mensais relativos à coleta de lixo repassados a produtores, concessionários e permissionários.

De olho no futuro, a Ceasa-GO também estuda uma solução para o alto gasto com energia elétrica dentro do mercado e para a ineficiência da rede, que prejudica a preservação de alimentos e os trabalhos das empresas. Para tanto, a nova diretoria estuda a implantação de uma usina de energia fotovoltáica, que possibilitará uma maior independência do sistema geral e a diminuição dos custos de quem atua dentro da Ceasa-GO. “Esta modernização é um passo que precisa ser dado. Nosso objetivo é tornar a Ceasa-GO a mais sustentável do Brasil e uma referência para outros mercados, inclusive fora do Brasil”, afirma o presidente João Batista de Freitas Lemes.


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Redação: Gabriel Lisita
Fotos: Thays Jennyffer

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