Por mais de um mês, um repórter do Jornal Argumento começou a manter contatos com "alguns representantes da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás", para constatar uma denuncia feita por um empresário, que não autorizou revelar o nome dele.
Na Denuncia, o empresário mostrou documentos que atestavam as dividas do Governo de José Eliton que não foram pagas. O empresário revelou ao Jornal Argumento um "esquema de liberação de pagamentos, mediante a contra partida de 40% do que o governo devia ao empresário. " Indignado, o denunciante, que negou participar da negociata, denunciou ainda que depois que se negou a participar do "esquema", passou a ter suas empresas visitadas quase todos os dias por pessoas que se passam ou são servidores ou mesmo lobista do governo Caiado, na Secretária da Fazenda.
A partir das denuncias, o repórter especializado em investigações de crimes contra o patrimônio, do Jornal Argumento, conseguiu o contato de dois destes representantes do governo, autorizados a negociar débitos de várias secretárias do Estado com deságio de 40%.
O primeiro contato se deu em uma cafeteria muito conhecida por celebrar boas parcerias, ou seja, "Negociatas" que não podem ser firmadas nas secretarias e autarquias. Antes de dizer quanto tinha a receber e os nomes das secretarias, o repórter quis conhecer a maneira de como o processo acontecia dentro da Secretária da Fazenda.
O "Corretor" garantiu o pagamento em ate 15 dias, no máximo, mas a "comissão" deveria ser paga com 50% na contratação e mais 50% no pagamento. Para dar mais tranquilidade e confiança de que o sistema funciona mesmo, o "Corretor" mostrou uma lista com oito empresa aproximadamente onde fez a negociata.
O repórter do Jornal Argumento quis saber mais especificamente os órgãos onde seria mais fácil receber. O negociador disse que não tem dificuldade para receber, seja aonde for. Deu como exemplo a AGETOP, abriu uma pequena agenda com várias anotações, gabando-se de ter conseguido a liberação do pagamento de mais de 80 milhões apenas no mês de fevereiro para empresas que não conseguiram receber até o fim de dezembro.
O repórter quis saber se o processo tinha a garantia de não ser descoberto, pedindo nomes, mas logo foi interrompido pelo "corretor" que disse que não existem nomes no negocio, existem valores, dinheiro. "Faça o seguinte: me chame de Ademir e saiba que o nome de todos que ajudam os empresários também se chamam Ademir. Qual Ademir resolve a questão? perguntou o repórter. "É claro que tem um Ademir, que inclusive é pessoa de confiança da Secretária" falou o Corretor, afirmando que esquema igual ao que ele propôs "tem que ter alguém influente para funcionar."
Prometendo apresentar as cópias das notas fiscais para receber, o Repórter disse que ligaria no outro dia para marcar outro encontro. Como não retornou, o Ademir ligou dizendo que "o dinheiro estava acabando e que deveria resolver logo se tem mesmo a intenção de negociar."
Toda conversa e anotações recebidas pelo Repórter do Jornal Argumento será entregue ao Ministério Publico.
Fonte: Jornal Argumento
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