O governador eleito de Goiás Ronaldo Caiado fez movimentação no sentido de articular para que o senador Wilder Morais(DEM) fosse chamado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para integrar um ministério no governo federal e o Rodrigo Maia estava articulando para ser reeleito presidente da câmara dos deputados.
Essas possibilidades foram descartada ontem, após a primeira reunião da bancada eleita do PSL para o Congresso, realizada nesta quarta-feira (21) em Brasília.
Os parlamentares do PSL deixaram claras suas insatisfações com Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro-chefe da Casa Civil, gerando o primeiro conflito no governo Bolsonaro.
Os parlamentares acusam Onyx de privilegiar filiados ao DEM em detrimento dos outros partidos, inclusive o PSL, partido do presidente e com bancada maior que o DEM . Até o momento, dos ministros anunciados, três são do DE, mesmo partido de Onyx Lorenzoni.
Os parlamentares do PSL subiram o tom de criticas a Onyx e deixaram claro que a nomeação de 3 ministros do DEM no governo bolsonaro já foi além da cota do partido e em contra-partida o PSL não irá apoiar Rodrigo Maia para presidente da Câmara dos deputados. O próprio PSL deve lançar como candidato Luciano Bivar ou apoiar o deputado federal João Campos(PSC-GO)
“O Major Olímpio [PSL-SP], eleito com nove milhões de votos, ligou pra ele mais de vinte vezes e não conseguiu falar”, afirmou um dos deputados.
Após a reunião, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) confirmou o mal estar. “Os parlamentares apresentaram um certo desconforto, dizendo que não estavam sendo atendidos pelo governo”, disse.
De acordo com ela, os insatisfeitos citaram Onyx explicitamente. A sugestão apresentada, conta, foi de levar uma comitiva ao encontro do futuro ministro-chefe da Casa Civil, o que teria sido aceito de imediato por ele. “O que está havendo ali é um desencontro de informações. [...] O Onyx está vivendo uma sucursal do inferno de agenda, dormindo duas horas por noite”, finaliza.
Hasselmann afirmou ainda que Bolsonaro está ciente das reclamações e que, durante a reunião, o presidente eleito alegou que as indicações foram técnicas e seria apenas coincidência a presença forte do Democratas. Além de Onyx, Bolsonaro já anunciou outros dois nomes do Democratas para ocupar ministérios: Tereza Cristina, para a pasta da Agricultura, e Luiz Henrique Mandetta para a Saúde.
Comando
A suposta falta de apoio de Onyx é uma das causas para a indefinição quanto às eleições legislativas. Para deputados do PSL, uma candidatura própria à presidência da Câmara seria uma forma de contrabalancear o protagonismo que o DEM vem desenhando no novo governo. Olímpio apoia abertamente o nome de Luciano Bivar, fundador e atual presidente do PSL, para disputar a presidência da Câmara.
Esse movimento, porém, encontra resistência. Parte das lideranças do PSL acredita que o partido deve investir em nomes de outra legenda, em um acordo a ainda ser costurado. Essa é a opinião do próprio Bolsonaro. Pesa ainda a visão de Joice Hasselmann, que já declarou reiteradas vezes que o presidente da Casa deve ser um deputado experiente no cargo -um obstáculo para o PSL, formado majoritariamente por novatos.
A deputada afirma ainda que não há nada definido em relação a Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deve tentar a reeleição. O deputado Delegado Waldir (PSL-GO) confirmou a incerteza quanto a Maia e estimou que “há oito ou nove nomes” que já demonstraram interesse na cadeira.
“Todos são excelentes nomes, como do Delegado Waldir, que também é pré-candidato”, provocou. O deputado destacou ainda os nomes de Capitão Augusto (PR-SP) e João Campos (PRB-GO).
Opções
Joice Hasselmann, que se intitula principal responsável pelo diálogo com os demais partidos, confessou que também não há consenso para a eleição do Senado. Ela citou Simone Tebet (MDB-RS) como uma opção para a presidência, mas não quis responder quando questionada se já conversou com a senadora sobre a possibilidade. Para ela, Espiridião Amin (PP-SC) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) são outros nomes viáveis para a disputa.
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