A Polícia Federal deflagrou hoje (26/9) a 55ª fase da Operação Lava Jato – Operação Integração II, em quatro estados. A investigação policial tem como foco a apuração de casos de corrupção ligados aos procedimentos de concessão de rodovias federais no Estado do Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração.
Policiais federais, Auditores da Receita Federal e Membros do Ministério Público Federal participam da ação realizada simultaneamente nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Aproximadamente 400 servidores públicos participam das ações de hoje. Estão sendo cumpridos 73 mandados de busca e apreensão, 3 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de prisão temporária.
A partir da deflagração da primeira fase da Operação Integração, com o avanço das investigações, da análise de todas as provas reunidas e dos acordos de colaboração premiada firmados por alguns investigados foi possível identificar a existências de núcleos específicos e organizados que atuavam de forma criminosa para explorar e obter benefícios indevidos a partir dos contratos de concessão de rodovias federais no Paraná.
Foram identificados os núcleos político, técnico, empresarial e de operadores financeiros. O primeiro é composto por altas autoridades do Governo do Paraná, que agiam praticando atos de ofício em benefício das concessionárias, além de realizar influência política junto aos órgãos técnicos. O segundo era composto por agentes públicos com estreita ligação com as empresas contratadas. Atuava na elaboração de aditivos contratuais fraudulentos, na formulação de planilhas para criar um suposto desequilíbrio econômico-financeiro em favor das concessionárias, assim como fiscalizavam as obras para poder obter ainda mais benefícios financeiros – propina. O grupo empresarial era formado por funcionários, diretores e presidentes das concessionárias, que se organizavam para ratear o pagamento de propina, propor aditivos com base em desequilíbrio econômico-financeiro fraudulento, cobrar do governo ajustes, o andamento ágil dos pareceres técnicos e a contratação dos aditivos, além de criar contratos de prestação de serviço fictícios com empresas – algumas indicadas pelo próprio Governo – para produção de dinheiro em espécie e, assim, ocultar o pagamento da propina, inclusive com depósitos em empresas que mantinham vínculos com agentes públicos. Por fim, o grupo formado por operadores financeiros era composto por pessoas ligadas aos empresários, tanto das concessionárias quanto das contratadas para prestação de serviço. Agiam para movimentar os valores em espécie, realizar depósitos e entregas de dinheiro.
Os investigados responderão pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e associação criminosa, dentre outros.
Todos os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR, onde permanecerão à disposição do Juízo da 23ª Vara Federal de Curitiba/PR.
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