O presidente da Assembleia Legislativa, José Vitti (PSDB), voltou a criticar a exigência de cargos em troca de apoio político, referindo-se a lideranças políticas de partidos da base aliada (leia-se PP) que estão pressionando do governador José Eliton (PSDB).
Vitti foi taxativo ao concordar com Eliton, que, em discurso, criticou a cobrança por mais cargos em troca de apoio e aliança nas eleições. “Isso é algo que eu sempre repudiei. Barganha de cargos públicos eu condeno veementemente. O governador de colocar pessoas capacitadas e que tenham uma relação de confiança com ele para ocupar os cargos. Este é o critério", disse.
Ele ressaltou o chefe do Poder Executivo tem que se submeter ao jogo político para atender demandas por cargos de indicações políticas, mas ele lembra que as cobranças por espaços no governo são exageradas.
“Muitos reclamam, tendo muito também. Essas pessoas precisam fazer uma reflexão tendo em vista que são 20 anos que temos esse grupo. São 20 anos que esse grupo é vencedor. São 20 anos que esse grupo tem uma tradição de caminhar junto. Não é simplesmente a vontade de um ou de outro que vai prevalecer sobre todos”, argumentou.
O presidente da Assembleia lembrou que o estado tem suas limitações orçamentárias e de espaço no governo e que os líderes políticos precisam abandonar a prática que classificou como leilão de cargos.
“Não devemos aceitar nada com “faca na goela”. É importante também que aqueles que pleiteiam qualquer espaço entendam que o estado é finito e não dá pra acomodar todo mundo, no lugar que todo mundo quer. Fica parecendo casuísmo e oportunismo do momento”, sublinhou.
Ele pregou um comportamento suprapartidário e republicano de governança, com menos individualismo. “Nós temos que entender que o que está mudando é o que a população quer dos políticos. Nós temos que ter um estado mais enxuto, uma máquina mais eficiente, temos que ter pessoas que pensam num projeto como um todo e não apenas em projetos individuais e querem reivindicar espaços para si,”.
Vitti defendeu a permanência do PP na base aliada e pediu diálogo entre suas lideranças. “O próprio PP já chegou ao governo de Goiás porque ocupou a vice-governadoria do governador Marconi Perillo lá atrás. É um partido que tradicionalmente caminhou junto com a base. Seria um erro o PP caminhar diferente do que pensa a sua base, lideranças do interior como vereadores, prefeitos e ex-prefeitos que estão juntos com José Eliton. Nesse momento, o importante para o partido é ouvir suas bases”.
Ele ainda provocou reflexão entre os pepistas sobre o tema. “Será que deputados como Roberto Balestra, Heuler Cruvinel e Sandes Junior comungam com esse sentimento de deixar a base?”, questionou.
Vitti ainda considerou que a decisão do partido deve ser explicitada logo para por fim ao cenário de incertezas sobre os rumos do partido num momento de véspera de eleição. “O momento agora é de conversações, de entendimento, porém às vezes você protelar muito essas decisões, elas trazem muita insegurança e instabilidade”, alertou.
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