Pelo menos em duas mensagens eletrônicas, em 2010, Fernando Henrique Cardoso pediu dinheiro para campanhas tucanas, direta e explicitamente, a Marcelo Odebrecht. Em um dos pedidos, em favor do candidato ao senado pelo PSDB do Mato Grosso, Antero Paes de Barros, o ex-presidente chega a enviar os dados bancários para o recebimento da “ajuda”, revela a Folha.
O pedido, tudo indica, não se restringiu a dois tucanos – o outro mencionado é Flexa Ribeiro, do Pará – porque, na resposta, Marcelo Odebrecht diz a FHC dará “o feedback [retorno] dos demais apoios e reforços que fizemos na linha do que conversamos”.
Houve, portanto, ao menos uma conversa sobre financiamento aos candidatos tucanos e a definição de quem seriam os agraciados com o dinheiro da empreiteira.
A ironia é que os registros da correspondência eletrônica estão anexados a um dos inúmeros processos abertos contra Lula, de quem, até agora, não existe nenhum pedido explícito e detalhado de ajuda da Odebrecht.
Ao contrário, é Fernando Henrique quem, hipocritamente, abre a boca para falar em “promiscuidade” no financiamento de campanhas petistas, enquanto ele próprio dava suas “facadas” na Odebrecht para financiar o seu partido.
Se fossem de Lula, claro, os e-mails estariam agora nas manchetes de todos os jornais.
Como são de Fernando Henrique, tratam-nos discretamente.
Não importa, o assunto vai ganhar a rua, porque é prova não só de como todos financiavam campanhas com dinheiro empresarial – que, claro, cobram por ele – como do cinismo e da hipocrisia com que se tratam as contribuições empresariais quando se trata de atingir Lula e o PT.
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