A BRF vai desativar sua linha de produção de perus no município de Mineiros (GO).
A informação foi dada nesta terça-feira (12/06), em audiência pública no Senado, pelo CEO da empresa no Cone Sul e vice-presidente de eficiência corporativa, Jorge Lima.
Segundo ele, o grupo, líder no mercado em carnes de aves, foi duramente atingido pelas últimas carteiras adotadas por União Europeia, Arábia Saudita e, mais recentemente, China.
— O Brasil está sob ataque. Há um ataque frontal cujo objetivo é reduzir preços e diminuir nossas exportações. A questão é que não temos mais para onde vender — disse Lima, acrescentando que grandes países consumidores, como os Estados Unidos, são auto suficientes na produção de perus.
Uma das maiores companhias de alimentos do mundo, a BRF possui mais de 30 marcas, entre elas Sadia e Perdigão. A empresa reúne cerca de 13 mil produtores integrados, mais de 30 mil fornecedores (4 mil apenas de grãos, farelos e óleos), 240 mil clientes em todo o mundo e 110 mil empregados.
A BRF esteve envolvida na Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março de 2017, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio.
Um ano depois, a PF anunciou a Operação Trapaça, em que o nome do grupo apareceu novamente. Isso causou o embargo pela União Europeia.
— Investigação tem que ter nome e CPF. Não se pode culpar a BRF, se alguém fez alguma coisa errada — disse o representante da empresa.
Ele disse que a BRF está refazendo seu parque fabril, especificamente no estado de Goiás.
Afirmou que a empresa voltará a operar em Rio Verde (GO), após as férias coletivas, mas não tem mais como manter a linha de perus, em Mineiros (GO).
Garantiu, ainda, que a produção de frangos, suínos e outros produtos continuará.
De acordo com Jorge Lima, o jogo dos compradores internacionais é pesado: na União Europeia, o embargo à carne de frango tem à frente França e Holanda.
A televisão francesa, ressaltou, tem veiculado propaganda contra a carne brasileira, ilustrou.
— Já a China está nos forçando a reduzir preço e exportação — afirmou, lembrando que a Arábia Saudita passou a fazer exigências fora dos padrões normais no mercado halal, voltados para os muçulmanos.
Também presente na audiência pública, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que o que está ocorrendo em Goiás reflete o que passa o Brasil.
Enfatizou que o país tem aumentando sua produção e exportação de proteína animal, o que inclui carnes de frango, bovina e suína.
E, na medida em que há esse crescimento, concorrentes internacionais ficam incomodados.
— À medida que o Brasil vai se tornando mais competitivo, vamos atraindo mais raios sobre nós, mais atenção sobre nós. Vamos crescendo e recebendo pancadas.
Fonte: Eldorado Mineiros
*ROTA POLICIAL JATAÍ👮♂👮♂*
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