Operação Reverso, realizada pelo Ministério Público Estadual (MP-GO) nesta terça-feira (28), recolheu documentos, dinheiro e até um cofre em 11 empresas comandadas por integrantes da mesma família, em Goiânia. Segundo as investigações, o grupo é suspeito de sonegar R$ 274 milhões em impostos, valor que foi bloqueado pela Justiça. A defesa dos estabeleciometnos negou a acusação.
O promotor de Justiça Antônio de Freitas explicou que as três empresas principais são Aquarela Doces e Festas, Bambolê Doces e Festas e Fabiantex Malhas. Segundo a investigação, elas obtiveram rendimentos e, para não terem impostos cobrados, os proprietários resolveram transferir seus ganhos para as outros comércios, controlados pela mesma família.
"Eles criaram três empresas e começaram a atuar no mercado. Destas, eles pegaram o patrimônio e criaram empresas de participação, blindando o patrimônio das empresas principais. O Estado não conseguia cumprir as execuções fiscais e cobrar essa dívida", explicou.
Assim, de acordo com o promotor, as ações de cobranças não poderiam ser pagas, pois as companhias alegavam não ter recursos. "A operação buscou entrar nessas outras empresas justamente para fazer essa ligação patrimonial. Esse é o objeto da nossa atuação, para comprovar que esse patrimônio têm origem das outras empresas", explica.
Promotores apreenderam cofre em uma das empresas (Foto: Sílvio Túlio/ G1)
Operação Reverso
O nome da operação é uma alusão ao fato de que os ativos serão revertidos ao Estado. Ao todo, 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
A ação foi a primeira do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), criado permanente há cerca de um mês para tentar coibir esse tipo de crime. Alem do MP-GO, também integram o grupo a Secretaria da Fazenda, a Polícia Civil e a Procuradoria Geral do Estado.
Defesa das empresas
Advogado que representa a empresa, Marcos Dutra Vargas explicou que se manifestará formalmente quando tiver acesso ao teor das acusações. Até que isto ocorra, ele divulgou um posicionamento inicial:
"As empresas discordam das afirmações trazidas e divulgadas, contestam que devem os valores de cifras altíssimas noticiados, trazem a público que sempre declararam todas as suas operações comerciais ao Fisco e aos demais órgãos competentes, reafirmam seus compromissos com a qualidade de seus produtos fornecidos à sociedade goiana, solidarizam-se aos seus mais de 200 funcionários diretos e confiam no Poder Judiciário, para que o mesmo tratamento dispensado aos autores da ação noticiada, seja assegurado na mesma proporção aos envolvidos em respeito ao direito ao contraditório e ampla defesa, quando da apresentação de suas razões de defesa".
Do G1
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