terça-feira, 31 de outubro de 2017

Ministro da Justiça diz que comandantes de batalhões da PM são sócios do crime organizado no RJ


Em meio à crise na segurança pública no Rio, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, pode acirrar os ânimos no governo do estado. Segundo o site UOL, Jardim disse que comandantes de batalhões da PM "são sócios do crime organizado no Rio". Ainda de acordo com o UOL, ele considera que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o secretário de Segurança, Roberto Sá, "não controlam a Polícia Militar". 

O ministro afirmou ainda que a atuação das forças federais no estado só terá reflexo para melhoria da segurança no fim de 2018 e que, na gestão de Pezão, os resultados não serão percebidos pela sociedade: "Nós já tivemos conversas, ora eu sozinho, ora com o Raul Jungmann (ministro da Defesa) e o Sérgio Etchengoyen (ministro do Gabinete de Segurança Institucional ), conversas duríssimas com o secretário de Segurança do estado e com o governador. Não tem comando".

Para o ministro, o assassinato do tenente-coronel Luiz Gustavo Teixeira, comandante do 3º Batalhão no Méier, não foi um crime comum.

— Esse coronel foi executado, ninguém me convence que não foi acerto de contas — disse o ministro, segundo o site.

O ministro afirma que pediu explicações sobre o caso ao governador do Rio numa reunião sobre segurança na semana passada no Acre e que foi informado que teria sido um assalto.

— Ninguém assalta dando dezenas de tiros em cima de um coronel à paisana, num carro descaracterizado. O motorista era um sargento da confiança dele — disse o ministro, ainda de acordo com o UOL.

Para o ministro, há mudança no perfil do crime organizado no estado, com a milícia assumindo o controle do narcotráfico. Ele explica que os principais chefes do tráfico estão detidos em presídios federais e tem ocorrido uma "horizontalização" do comando, o que torna o combate mais difícil. Para ele, a partir dessas pulverização dos comandos do tráfico, integrantes da PM se associaram ao crime.

— É aí que os comandantes de batalhão passam a ter influência. Não tem um chefão para controlar. Cada um vai ficar dono do seu pedaço. Hoje, os comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio — disse Torquato Jardim ao UOL.

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