O jornal O Globo revelou nesta quarta-feira (17) uma delação-bomba de Joesley Batista, dono da JBS, que em abril levou à Procuradoria-Geral da República (PGR) gravações comprometedoras do presidente Michel Temer. Outro político de destaque nacional, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) também foi atingido pelas revelações de Joesley.
Segundo o colunista Lauro Jardim, o presidente do PSDB pediu R$ 2 milhões à JBS para despesas com sua defesa na Operação Lava Jato.
Na conversa entre Aécio e Josley, datada de 24 de março, em um luxuoso hotel de São Paulo, eles acertam como será feita a entrega do dinheiro:
Joesley: — Se for você pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança.
Aécio: Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho..
O Fred a que Aécio se refere é seu primo Frederico Medeiros. O escolhido por Joesley para entregar o dinheiro a Frederico, em quatro remessas, foi o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud.
A Polícia Federal filmou um dos encontros.
A investigação da PGR mostrou, entretanto, que o dinheiro não foi parar nas contas do advogado Alberto Toron, que foi citado por Aécio como seu defensor na Lava Jato.
Segundo as gravações, o primo do tucano repassou malas para um secretário parlamentar do senador Zeze Perrella (PMDB-MG), que é aliado de Aécio.
Esse assessor teria transferido o recurso para uma empresa de Gustavo Perrella, filho de Zeze Perrella.
Outro lado
Em nota divulgada pela assessoria, o senador Aécio Neves disse que está "absolutamente tranquilo" sobre a "correção" dos atos dele.
"No que se refere à relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor público", diz a nota.
O tucano informa que espera ter acesso a todas as informações da Lava Jato a fim de prestar os esclarecimentos necessários.
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