Neste sábado, o Manchester City venceu o Manchester United por 2 a 1, em pleno Old Trafford, pela 4ª rodada do Campeonato Inglês, manteve sua campanha 100% na Premier League e de quebra impôs a primeira derrota do rival na liga nacional.
Foi também mais um triunfo para o espanhol sobre o português. Agora, são 18 jogos entre eles, com nove triunfos de "Pep", seis empates e somente três vitórias do Special One.
No primeiro tempo, aliás, Guardiola deu um verdadeiro "nó tático" em Mourinho, com os Citizens dominando amplamente a partida e abrindo 2 a 0 até com certa facilidade - gols de De Bruyne, o melhor da tarde em Manchester, e Iheanacho.
Graças a uma terrível falha do goleiro Bravo, que fez péssima estreia pelos azuis, contudo, os "Diabos Vermelhos" diminuíram ainda na primeira etapa, com tento de Ibrahimovic.
No segundo tempo, a partida foi frenética, até maluca em alguns pontos, com diversas chances criadas pelos dois times. Os dois treinadores duelaram nas substituições, mas o duelo terminou mesmo com vitória de "Pep".
Com o resultado, o Manchester City segue líder isolado da Premier League, com 12 pontos - único com 100% de aproveitamento. Já o Manchester United está em 3º lugar, mas pode desabar na tabela de acordo com os resultados do restante da rodada.
Na próxima rodada, o United viaja para enfrentar o Watford, no sábado, às 8h (horário de Brasília). No mesmo dia, mas às 11h, o City recebe o Bournemouth.
Se havia até apostas sobre a dúvida de um possível cumprimento entre os rivais José Mourinho e Josep Guardiola, tudo foi resolvido da maneira mais amistosa possível.
Antes do início do dérbi, os treinadores se saudaram normalmente e até deram um forte abraço, arrancando aplausos pelo fair play no estádio Old Trafford - e rendendo também 6 euros (cerca de R$ 21,60) para quem apostou no "sim".
Após a bola rolar, porém, a amizade acabou, e o domínio que "Pep" tem sobre o português em sua carreira voltou a aparecer.
Desde o primeiro minuto, os Citizens foram melhores e dominaram completamente a posse de bola no primeiro quarto de jogo, sofrendo apenas um susto, em chute de longe de Pogba, aos 7 minutos.
Fora isso, os azuis mantinham a bola consigo, pouco deixando os "Diabos Vermelhos" tocarem na redonda, bem ao estilo Guardiola nos tempos de Barcelona.
Aos 14 minutos, esse domínio inicial resultou em gol, num tento que pouco lembrou o tiki-taka do técnico catalão e saiu bem mais ao estilo kick and rush típico inglês.
Do campo de defesa, Kolarov lançou, o nigeriano Iheanacho desviou de cabeça, De Bruyne aproveitou bobeada de Blind, tirou a bola do holandês, saiu na cara de De Gea e tocou com tranquilidade, no contrapé do arqueiro, para abrir o placar.
Foi o 8º gol do belga na história da Premier League, e seu primeiro em um clássico.
CITY MELHOR, MAS BRAVO FALHA
Após anotar primeiro, o Manchester City não se acomodou e seguiu melhor, controlando a bola em cerca de 70% do tempo e pouco deixando o rival jogar.
Isso começou a irritar os atletas do United, como ficou claro aos 22 minutos, quando Guardiola apanhou uma bola que saiu pela lateral e viu o atacante Rooney arrancá-la de suas mãos, claramente transtornado com a péssima partida dos Red Devils.
Aproveitando o descontrole do adversário, os Citizens ampliaram aos 36, novamente em jogada de De Bruyne, o melhor em campo na primeira etapa.
Ele fez grande jogada pela direita, deixou Blind na saudade novamente e bateu colocado, na trave. No rebote, Iheanacho, em posição legal (apesar das reclamações dos jogadores do United) só escorou para as redes e ampliou.
Irritação total para José Mourinho, que soltou cobras e lagartos da linha lateral.
E extrema eficiência para o africano, que fez seu 9º gol em só 13 finalizações no Inglês.
O prejuízo só não foi total para os mandantes porque o goleiro Claudio Bravo, recém-contratado pelo City do Barcelona para o lugar do ídolo Joe Hart, falhou feio.
Aos 42, após levantamento para a área, o arqueiro de 18 milhões de euros (R$ 66,2 milhões) se chocou com Stones e largou a bola na frente de Ibrahimovic. Com tranquilidade, o sueco deu um voleio e diminuiu para os "Diabos Vermelhos".
Foi seu 4º gol em seus primeiros quatro jogos pelo United.
E numa pane defensiva final do City, Ibra por muito pouco não virou no último lance do primeiro tempo, com uma forte cabeçada. Desta vez, porém, Bravo agarrou firme.
TÉCNICOS EM AÇÃO
Aproveitando o embalo trazido pelo gol de Zlatan já no fim do primeiro tempo, Mourinho entrou em ação e fez duas substituições no intervalo: Rashford entrou no lugar do criticado Lingard, e Ander Herrera substitiu o também sumido Mkhitaryan.
As mudanças surtiram efeito, e os Red Devils começaram a segunda etapa com uma postura melhor, ameaçando bem mais do que no início da partida.
Com isso, Guardiola reagiu, trocando Iheanacho, seu único atacante de ofício, para colocar o volante brasileiro Fernando e travar as ações no meio-campo. Também aproveitou para trocar Sterling, em partida apagada, pelo jovem alemão Sané.
No entanto, a melhor chance foi mesmo do United de empatar, e novamente em uma jogada ruim de Bravo, em péssima estreia com a camisa da nova equipe.
Aos 10 minutos, Stones recuou para o chileno, que quis sair jogando com os pés e se enrolou todo. Rooney quase conseguiu roubar, mas Bravo chegou forte na dividida e conseguiu afastar o perigo de vez.
Detalhe: a contratação do arqueiro foi pedida por Guardiola justamente pelo fato do sul-americano jogar melhor com os pés do que Hart.
Não foi o que se viu em Old Trafford, porém...
LÁ E CÁ
Os últimos 30 minutos do clássico foram insanos, com diversas chances criadas para os dois lados e muitos suspiros (e cabelos) arrancados das duas torcidas.
O lance mais claro do United aconteceu com Rashford, que invadiu a área e bateu colocado para vencer De Gea, aos 24 minutos. No entanto, a arbitragem anulou acertadamente o tento, já que a bola desviou em Ibrahimovic, em posição de impedimento, antes de entrar.
Do outro lado, o City chegava com perigo nas jogadas dos canhotos David Silva e Sané. No melhor momento, o alemão lançou De Bruyne, que chutou forte e viu a redonda explodir na trave, passeando quase em cima da linha na sequência.
No lance seguinte, o endiabrado De Bruyne rolou para David Silva chegar batendo colocado da meia-luta, errando por pouco.
O clima também ficou tenso entre os jogadores, com divididas acirradas e muitos cartões amarelos distribuídos pelo árbitro Mark Clattenburg.
O mais descontrolado era o experiente Wayne Rooney, maior artilheiro da história do dérbi da Manchester, que deu um carrinho em Bravo e foi advertido pelo juiz.
Para tentar o empate nos minutos finais, Mourinho desmontou até sua linha de defesa, tirando o lateral Shaw e colocando o atacante Martial para empurrar o City.
Houve até pressão, mas os comandados de Guardiola conseguiram segurar a vitória e conquistar a vitória no clássico, para alegria da metade azul de Manchester.
Nenhum comentário:
Postar um comentário