Faltariam dez votos para que o plenário da Câmara dos Deputados alcance as 342 adesões necessárias para aprovar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A estimativa é da oposição e foi mencionada em relatório da Arko Advice, consultoria de análises políticas. A Arko não endossou a conta, mas observou que, por ora, a balança pende em favor dos defensores do impeachment.
“Até a votação do impeachment no plenário da Câmara, os ventos vão mudar de direção”, afirma um relatório divulgado pela Arko neste domingo (10), e editado pelo cientista político e seu fundador, Murillo de Aragão. “No entanto, as perdas estão mais concentradas no lado governista”, acrescenta, lembrando as manifestações “inadequadas” de Dilma, como o tom “arrogante”, o ataque às instituições e a tentativa de se colocar como vítima de um golpe.
Segundo a Arko, o governo pode estar subestimando as chances de vitória da oposição. Isto porque a fidelidade de algumas legendas que negociam seu apoio à Dilma não é nada confiável. O PP é o melhor exemplo: mesmo com a perspectiva de assumir dois ministérios (Saúde e Integração Nacional) e a presidência da Caixa, nove diretórios estaduais votaram, neste domingo (10), pelo apoio ao impeachment da presidente.
A Arko observa que, em votações importantes, os partidos do “centrão” – PP, PR e PSD – não são tão alinhados ao governo quanto tentam convencer. “Em votações importantes para o governo, na média, apenas metade dos deputados desses partidos apoiaram o governo. “Assim, promessas de apoio devem ser relativizadas [pelo governo]”, afirma a consultoria.
Com tudo isso, a Arko estima que as chances de o plenário da Câmara aprovar o impeachment são de 60%. E, dependendo dos acontecimentos até domingo (17), quando o presidente da Casa, Eduardo Cunha, pretende votar a matéria, a Arko afirma que, se esse placar mudar, será em favor do impedimento de Dilma.
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