sábado, 9 de abril de 2016

“Em Hipótese Alguma Nós Vamos Recuar de Uma Boa Ideia”, Diz Marconi, Sobre OSs

O governador Marconi Perillo fez, na manhã de hoje, uma abordagem dos principais temas da administração estadual, em entrevista ao Portal Mais Goiás. Destacou o bom resultado dos últimos meses na Segurança Pública, liderada pelo vice-governador, José Eliton, e as ações na Saúde contra o H1N1 e dengue. Em relação à Celg, explicou que a data do leilão depende do governo federal. Relembrou que o projeto de implantação do VLT está pronto, mas que só será colocado em prática quando houver recursos. Sobre a instabilidade política no País, desejou uma decisão rápida e sábia do Congresso Nacional. “O Brasil não aguenta mais”, queixou-se, para ressaltar que, independentemente do resultado, o governo renasça enxuto e eficiente. Marconi, porém, recusou-se a falar sobre eventual candidatura dele à presidência da República: “É um desserviço a Goiás e ao Brasil neste momento de crise; precisamos é ajudar o País a sair da crise.” E, mais uma vez, deixou clara sua confiança no projeto de gestão compartilhada com as OSs na Educação: “O que nós estamos propondo é uma mudança qualitativa na Educação”

OSs NA EDUCAÇÃO
Em hipótese alguma nós vamos recuar de uma boa ideia. Na verdade, em qualquer circunstância, toda mensagem realmente enseja contraditório, enseja discordância, até que ela prove ser boa pra sociedade. O que nós estamos propondo é uma mudança qualitativa na Educação, levando em consideração os parâmetros das mudanças que fizemos na área da Saúde. Os hospitais do Governo estadual hoje são hospitais de excelência, porque nós temos uma gestão eficiente humanizada e qualificada, prestando serviço a quem precisa, do setor público, que é povo, o cidadão comum. O que nós queremos na educação é que com essa gestão nova, eficiente, os filhos dos trabalhadores possam ter igualdade de oportunidades em relação aos filhos dos mais ricos, estudando em uma escola boa que lhe dê condições de chegar a uma boa universidade e depois de ter acesso a um bom e qualificado emprego. Esse é o objetivo. Agora, os contratempos existem, a desinformação também acaba ajudando, colaborando com isso. Por outro lado, alguns segmentos ideológicos que não querem a mudança protagonizam um debate que muitas vezes distorce a realidade. E, por fim, há um compromisso muito sério no governo, no sentido de levar para a Educação, OSs muito bem qualificadas, que possam objetivamente atender aos nossos pré-requisitos e cumprir a missão de prestar um bom serviço aos alunos e a rede escolar, às famílias. Então, nós não titubeamos em desqualificar as OSs que se apresentaram e pedimos que fossem reformulados os processos, a fim de que quando fizermos o novo chamamento, a gente tenha a certeza de que as OSs escolhidas vão cumprir com todos os parâmetros que estão estabelecidos nesse projeto. O que nós queremos efetivamente é melhorar ainda mais a educação em Goiás. Temos bons professores, temos alunos interessados e um governo que quer fazer a diferença nessa área.

PRIVATIZAÇÃO DA CELG
Olha, está tudo definido, é importante ressaltar que a Celg já está em mãos, ou sob a administração do governo federal, através da Eletrobrás, há mais de quatro anos. Toda a diretoria e o conselho de administração são comandados pelo governo federal. E essa foi uma exigência do governo federal para fazer a prorrogação da nossa concessão. A concessão da Celg venceria em abril do ano passado. E se nós não transferíssemos as ações majoritárias da Celg pra Eletrobrás, essa prorrogação não seria viabilizada pelo governo federal. O governo prorrogou por mais 30 anos, com isso a empresa passa a ter mais valor. É uma empresa boa, só que não tem dinheiro hoje, a Eletrobrás não tem dinheiro, nem o governo do Estado, para fazer face aos investimentos necessários para atender às demandas reprimidas de consumidores residenciais, industriais e comerciais. Com a privatização, nós vamos ter dinheiro. Espera-se que, só nos primeiros anos, pelo menos R$ 2 bilhões sejam investidos, pelos novos detentores da concessão, em obras, subestações, redes, que possam melhorar a qualidade do suprimento de energia aqui no Estado. Tudo o que tinha de ser feito na Aneel, no TCU, em todas as instâncias já foi feito. Agora, só estamos esperando a definição da presidente Dilma em relação ao lançamento do edital. A única coisa que falta é isso. A empresa é boa, mas tem déficits mensais. Não podemos mais esperar pela privatização, sob pena da Celg entrar em colapso. Mas isso tudo está nas mãos de uma só pessoa: a presidente Dilma Rousseff.

OBRAS DO VLT 
Nós temos uma boa expectativa de começar as obras neste governo. A regra número 1 é que, para começarmos, nós precisamos ter a garantia de financiamento da parte do governo do Estado. Nós não vamos começar uma obra para não ser concluída. A pior coisa para a população é fazer uma intervenção urbana e não terminar. A premissa básica para que eu possa dar ordem de serviço para essa obra é ter a garantia dos recursos do Estado. Os projetos estão prontos, as licitações estão prontas, tudo está pronto. Tendo a fonte de financiamento, podemos dar ordem imediatamente. 

SEGURANÇA PÚBLICA
O vice-governador e secretário de Segurança Pública (José Eliton) fez um balanço dos seus primeiros dias à frente da Secretaria, apresentando os indicadores. Em todas as áreas tivemos reduções significativas de crimes, latrocínios, homicídios e roubos, de seis meses para cá. Os indicadores mostram que estamos no caminho certo. Endurecendo contra o crime e dando proteção ao cidadão de bem. Além disso, tomamos muitas outras iniciativas. Nós agora criamos o aplicativo I9x, que vai possibilitar ao cidadão comum uma integração maior com todas as forças policiais, também apresentamos uma série de ferramentas de inteligência de combate ao crime. Também a aquisição de mais câmeras de vigilância em Goiânia. Ao mesmo tempo, demos ordem de serviço para a contratação de mais 230 peritos e policiais da área técnica e científica. E estamos com o projeto de um novo concurso em andamento. Até o final do ano, nós teremos cerca de 3,3 mil novos policiais na rua – entre delegados, agentes do Procon, policiais Civis, policiais Militares e Bombeiros. Tão logo o concurso seja concluído, começaremos a fazer a formação e colocaremos esses homens e mulheres nas ruas para proteger ainda mais o cidadão goiano. 

CORONEL RICARDO ROCHA
O que eu percebo é que há um contingente minoritário de pessoas que são contra a nomeação dele, e um contingente majoritário de pessoas que querem ser protegidas pela polícia, e consideram o coronel Ricardo Rocha um policial operacional e eficiente, que realmente sabe dar comando à sua tropa e proteger o cidadão. A escolha foi feita com base no critério operacional. Ele sabe que tem de atuar dentro dos limites da lei e da Constituição. Todos os policiais são treinados de acordo com os limites estabelecidos pelas regras legais.

GRIPE H1N1 
Desde o início, quando a Secretaria de Saúde detectou esse surto de H1N1, tomou providências para combater mais esse problema. E tenho certeza que teremos políticas eficientes em parceria com o governo federal e com os governos municipais. No que diz respeito ao mosquito Aedes, nós tivemos progressos muito significativos desde janeiro quando começamos uma força tarefa envolvendo cerca de 20 mil colaboradores – entre bombeiros, policiais, funcionários das prefeituras, agentes de saúde, funcionários do governo do Estado e voluntários. Em janeiro, nós tínhamos 4% dos domicílios goianos com algum tipo de manifestação do Aedes.  Em fevereiro, esse percentual caiu para 2,2%. E agora em março já caiu para pouco mais que 1%. A tendência é que em abril nós já tenhamos menos de 1% de domicílios infestados com o mosquito. E o objetivo é erradicar o mosquito nos nossos municípios goianos. Para isso nós temos tido uma parceria muito grande na realização das visitas e da remoção dos focos in loco. Temos também procurado apresentar à sociedade uma campanha de esclarecimentos, demonstrando que a população precisa interagir e fazer sua parte também. Enfim, graças a uma ação coordenada, unida e efetiva, nós estamos, no caso do Aedes, avançando e progredindo bastante.

CRISE POLÍTICA E ECONÔMICA
Infelizmente, o Brasil vive a sua pior crise. Essa crise é mais forte do que a Depressão de 1929. Como nós estamos vivendo o segundo ano consecutivo de recessão, isso já significa Depressão econômica. E o resultado disso é que temos hoje no Brasil o desligamento, a demissão de cerca de 11 mil trabalhadores por dia útil. Isso é muito grave, porque, primeiro esse trabalhador desempregado deixa de ser um agente produtivo e passa a ser um consumidor sem dinheiro. Por outro lado, famílias todas percebendo a crise, estão gastando menos, tendo menos poupança e, com a inflação e o desemprego, as pessoas compram menos. Consequentemente, nós vamos ter menos impostos. O resultado disso é dramático para as famílias e para o governo. Somente nos dois primeiro meses, nós tivemos uma queda de quase R$ 200 milhões, em relação ao que estava planejado pra arrecadação do governo. Quando cai a arrecadação do governo, caem também as receitas das prefeituras. No nível nacional, as quedas de receitas também são muito grandes. A diferença é que no governo federal há possibilidade de emissão de moeda, de aumento da dívida interna. O Brasil já chega a R$ 3 trilhões de dívida externa. E o governo federal não tem Lei de Responsabilidade Fiscal, não tem uma série de restrições que nós, governos estaduais, temos. Inclusive, somos obrigados a pagar rigorosamente em dia a dívida externa. São mais de R$ 300 milhões por mês que o Governo de Goiás paga de dívida externa. Só que o Governo Federal não tem um programa de pagamento da sua dívida interna. E o que a gente tem de informação é que, até 2018, se as coisas não mudarem, o Brasil pode chegar ao comprometimento de 75% do seu PIB para o pagamento da dívida interna. Então, é uma situação muito grave. À medida que a atividade econômica para e a crise se aprofunda, é natural que as receitas e arrecadações caiam. Só que as despesas não caem, porque já cortamos tudo o que tinha que cortar. Goiás é o Estado que tem o menor número de secretarias do Brasil, só dez secretarias. Nós reduzimos enormemente a nossa estrutura. Mas não temos como cortar nas áreas de Saúde, Educação, Segurança, porque são serviços essenciais à população. Então, o que o Estado deixa de fazer é investimento. Porque ou você faz obras, ou você cuida daquilo que é essencial para a vida dos trabalhadores, do povo, que é Saúde, Educação, Segurança e outros serviços essenciais, como o Vapt Vupt.

PROCESSO DE IMPEACHMENT DA PRESIDENTE
É preciso refletir sobre qual situação será pior. A continuidade do governo do PT – com toda essa crise, desconfiança e essas manifestações de rua, que são legítimas – ou um outro governo do vice-presidente Temer. Como o PT, os movimentos sociais vão se comportar em relação a um eventual governo Temer? A situação do Brasil, na minha opinião, é de uma grande encruzilhada. Uma situação muito difícil. Há um clamor pelo impeachment, a gente percebe isso claramente, mas em compensação há uma resistência também dos movimentos ligados ao PT. Eu espero que o Congresso Nacional saiba decidir rapidamente essa situação, porque o Brasil não aguenta mais a briga, a guerra entre o Governo Federal e o Congresso Nacional, especialmente a Câmara dos Deputados. Com as coisas paradas, uma necessidade enorme de reformas para ajustar o Brasil à sua necessidade de enfrentar e vencer a crise econômica. O fato é que nós vivemos hoje uma grande crise econômica, a maior da história do Brasil, que é motivada diretamente pela crise política, pela crise moral, pela crise de corrupção. É preciso mudar. Como está não dá pra ficar. Seja qual for o governo, terá que haver uma sinalização de uma aliança, de um acordo nacional, de um consenso nacional que implique num ministério de alto nível, sem a divisão de cargos por conta de barganhas político-eleitorais, mas um ministério de alto padrão, de alto nível, enxuto, para que o Brasil possa sair desse atoleiro.

NOVAS ELEIÇÕES
Olha, não sou eu quem devo definir as regras. Isso aí tem de ser definido pelo Congresso Nacional, pelo Tribunal Superior Eleitoral. Sejam quais forem as regras, se elas forem boas para colocar um fim na paralisia, para colocar um fim nas gravíssimas crises atravessadas pelo Brasil hoje, que tem como consequência a piora na qualidade de vida do povo, eu apoiarei com certeza.

ELEIÇÃO DE 2004
Olha, isso é uma coisa até ridícula, porque esse fato aconteceu em 2004. Eu sou acusado de ter feito um material publicitário que teria sido plagiado pelo programa eleitoral do Sandes Júnior e isso teria beneficiado o Sandes Júnior. Ora, eu não era responsável à época pelo programa do candidato. Eu era responsável pelos programas do governo do Estado. Se a equipe dele fez alguma coisa parecida em relação a uma mídia do governo que estava no ar, eles devem responder. Eu não imagino que isso tenha sido feito. Tenho certeza que não fizeram com esse objetivo. Agora, mesmo que tivessem feito, isso não colou. Até porque o Sandes Júnior sequer foi para o segundo turno. Quer dizer, se ele tivesse sido pelo menos beneficiado por esse tipo de plágio ou de mídia, ele teria sido eleito. Então, é algo que não me preocupa. Nós vamos fazer a boa defesa, quando o governo for citado. E eu não tenho nenhuma preocupação com relação a isso. Acho que houve um exagero quanto à medida que foi adotada, com todo respeito ao poder judiciário.

NOME DE MARCONI PARA 2018
Qualquer iniciativa nesse sentido hoje, na minha opinião, significa um desserviço a Goiás e ao Brasil. Nós estamos vivendo um momento de gravíssima crise financeira, econômica, política... Eu acho que todos nós temos de nos debruçar agora, claro, para ajudar o Brasil a sair da crise, e não ficar pensando em projetos pessoais, projetos políticos, projetos eleitorais. Se nós conseguirmos sair da crise, vencer a inércia econômica, trazer de volta os empregos, domar a inflação, a carestia, nós já teremos feito um grande serviço ao Brasil. E a minha grande preocupação é vencer a crise econômica aqui em Goiás. Ela não é uma crise de Goiás, ela é uma crise brasileira, mas nós temos que vencer as adversidades que nós temos aqui e cumprir com o nosso dever, que é o dever de prestar bons serviços pros cidadãos. Hoje as pessoas reclamam das estradas. Nós estamos com frentes em praticamente todas as estradas, ainda faltam algumas. Mas se nós não fizemos mais antes é porque com a crise o dinheiro cortou e não dá pra fazer milagre. Nós estamos trabalhando pra valer para resolver essas coisas. Se eu não ficar aqui focado 24 horas por dia na busca de soluções pra falta de dinheiro, nós vamos continuar com os problemas. E o que eu mais quero é resolver os problemas.

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