quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Triplo X: Polícia Federal Suspeita Que Apartamento Tríplex Pode Ser Propina da OAS Para Lula


A operação lava jato chegou no ex-presidente Lula. Um apartamento triplex no Guarujá pode ser a prova material que o ex-presidente recebeu propina da OAS para ser favorecida em contratos na Petrobras.

O porteiro do prédio já confirmou que que Lula esteve duas vezes no imóvel e que a família do ex-presidnte é quem usa o apartamento,

A publicitária Nelci Warken, que prestou serviços à Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), foi a primeira pessoa detida na 22ª fase da Lava Jato na manhã de hoje (27), batizada de Triplo X.

Em entrevista concedida há pouco, os investigadores da operação anunciaram ainda que já estão presos Ricardo Honório, um dos sócios do escritório da empresa Panamaense Mossack Fonseca no Brasil, e Renata Pereira Brito que trabalhava com Honório.

A empresa é responsável pela offshore Murray, que adquiriu um condomínio imobiliário no Guarujá, litoral paulista, inicialmente construído pela Bancoop, presidida entre 2005 e 2010 pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso em abril do ano passado.

O empreendimento foi repassado para a empreiteira OAS em 2009, em função de uma crise financeira da cooperativa.


O nome da operação faz alusão a Murray que mantém um triplex no condomínio. A Polícia Federal apura se houve ocultação de patrimônio na operação e se as unidades foram usadas como repasse de propina.

“Além dos possíveis crimes de sonegação fiscal e ocultação de patrimônio, há indícios de que os imóveis foram usados para pagamento de propina a pessoas que hoje são proprietárias”, explicou o delegado da Lava Jato, Igor Romário.

O delegado acrescentou ainda que outras três pessoas que tem mandado de prisão temporária expedido estão no exterior. Uma delas é Maria Mercedes, administradora do escritório da Mossack no Brasil. Outra pessoa que já foi localizada e notificada é Ademir Auada, funcionário da empresa responsável por abrir diversas offshores. Auada também é esperado na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba.



TRIPLEX

Dois funcionários do edifício Solaris, em depoimento ao Ministério Público de São Paulo, afirma que viram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-primeira-dama Marisa Letícia durante a reforma do apartamento tríplex número 164A.

O MPF investiga a existência de uma estrutura criminosa para facilitar a abertura de empresas offshores – em paraísos fiscais – e contas no exterior para esconder dinheiro de propina fruto de atividades irregulares envolvendo negócios da Petrobras.

Em 2015, Lula negou que fosse dono do imóvel. Todavia, admitiu que tenha uma cota no empreendimento adquirido em nome de Marisa Letícia em 2005.

O prédio será a partir de agora a sede dos principais desdobramentos da terceira fase da investigação da Lava Jato.

Conforme o zelador que conversou com a polícia e promotores, Lula ainda foi visto uma segunda vez, quando estavam, por fim, instalando elevadores privativos.

“[O zelador] destacou que a OAS limpava o prédio, inseria arranjos florais para recebimento da família presidencial. Ninguém da OAS morou ou chegou a morar no triplex. O depoente reportou, ainda, que Marisa Letícia, esposa de Lula, chegou a frequentar o espaço comum do edifício indagando sobre o salão de festas, piscina, áreas comuns”, diz trecho do depoimento.

A Polícia Federal afirma que existe “alto grau de suspeita contra tríplex” de Lula.

“Manobras financeiras e comerciais complexas envolvendo a empreiteira OAS, a cooperativa Bancoop e pessoas vinculadas a esta última e ao Partido dos Trabalhadores apontam que unidades do condomínio Solaris, localizado na Avenida General Monteiro de Barros, 638, em Guarujá-SP, podem ter sido repassadas a título de propina pela OAS em troca de benesses junto aos contratos da Petrobrás”, diz a representação de prisões e de buscas e apreensões da Triplo X assinada pela delegada Erika Mialik Marena, da equipe da Lava Jato, em Curitiba.

“Além das inconsistências já detectadas quanto ao imóvel que pertencera a Marice Correa de Lima (cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto), igualmente chamaram a atenção outros imóveis do mesmo condomínio que indicaram alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade”, escreve a PF

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