A principal missão do ex-presidente Lula, em sua conversa conversa com sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (17), o ex-presidente Lula disse que sua principal missão era ajudar a montar uma estratégia para blindar a petista e evitar a abertura de um processo de impeachment contra ela.
Ele teria afirmado, segundo interlocutores, que iria aconselhar Dilma a usar a reforma administrativa e política da próxima semana para amarrar o apoio dos partidos aliados, principalmente o PMDB, evitando que eles abandonem o governo num momento delicado da crise política.
À tarde, lula chegou em Brasília e se reuniu com a presidente do Palácio da Alvorada. A avaliação do grupo lulista é que a crise atingiu ponto preocupante, e que qualquer novo erro do governo pode dar o empurrão que falta para a Câmara deflagrar, e aprovar, a abertura de um processo de deposição de Dilma.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, o petista, apesar de não ter sido consultado sobre as novas medidas, e não concordar com alguns pontos do pacote, irá defender a recriação da CPMF e as linhas gerais do pacote com corte de gastos e elevação de receita anunciado esta semana pela equipe econômica do governo.
Internamente, Lula nem concorda com todos os pontos das medidas anunciadas pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), mas tem dito a interlocutores próximos ouvidos pela Folha que "irá para rua" em favor de iniciativa de Dilma para salvar a economia.
Aliados afirmam que o petista sabe que a única alternativa é apoiar o governo.
O ex-presidente gostaria, por exemplo, que o Palácio do Planalto adotasse parte do receituário usado por ele na crise de 2009, como incentivos fiscais a algumas áreas da atividade econômica brasileira. Na semana passada, fez críticas públicas à primeira versão do ajuste fiscal, bem menos restritivo que a nova versão, por acreditar que ela gera desemprego e achata salários.
Agora, porém, embora não tenha mudado de opinião, tem defendido a CPMF e não vê alternativa a não ser dar sustentação à presidente no estágio atual da crise para evitar que ela perca condições de governar.
APOIO DO PT
Já o PT, que tem críticas diversas a política econômica federal, por considerá-la "de direita", aprovará uma nota nessa quinta, por meio de sua Executiva nacional, na qual de apoiar genericamente o ajuste fiscal, embora com ressalvas.
A legenda sempre cobra, por sinal, a redução de juros.
PACOTE DE AJUSTE
O governo anunciou R$ 26 bilhões em aumento de arrecadação, com a recriação da CPMF por um período de quatro anos, com alíquota de 0,2%, para cobrir o déficit da Previdência. Governadores aliados querem elevar a alíquota para 0,38% que Estados e Municípios fiquem com parte do tributo.
Folha de S. Paulo
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