"Eu não vou pagar pela merda dos outros", teria dito Dilma a auxiliares Foto: Reprodução / BBCBrasil.com |
Dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa aceitou colaborar com a Operação Lava Jato em troca de uma pena menor. Ele afirma que pagou propina e fez doações eleitorais para facilitar seus negócios com a Petrobras e que deu R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma em 2014. Tudo foi declarado à Justiça Eleitoral, mas Pessoa afirma que só contribuiu por medo de perder seus contratos na estatal caso não ajudasse o PT.
Pessoa disse, ainda, que tratou da doação com Edinho Silva, que era tesoureiro da campanha de Dilma e hoje é ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto. De acordo com o jornal, Edinho confirma que se encontrou com Pessoa para tratar de doações, mas nega ter feito qualquer ameaça.
As revelações do empreiteiro contribuíram para aprofundar a crise política enfrentada por Dilma. Na próxima terça-feira, Pessoa deve depor ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que conduz uma investigação sobre a campanha da reeleição.
A reunião convocada pela presidente, realizada no dia 26 de junho, contou com a presença dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça) e do assessor especial Giles Azevedo, além de Edinho. Na ocasião, Dilma cobrou Cardozo por não ter evitado que as revelações de Pessoa se tornassem públicas dias antes de sua visita oficial aos Estados Unidos, quando buscava notícias positivas para reagir à crise.
"Você não poderia ter pedido ao Teori (Zavascki) para aguardar quatro ou cinco dias para homologar a delação?", perguntou, referindo-se ao ministro que conduz os processos da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal). "Isso é uma agenda nacional, Cardozo, e você fodeu a minha viagem", bradou a presidente.
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