O desempenho não foi dos melhores, mas nada como vencer novamente e iniciar o Campeonato Brasileiro na liderança para amenizar um momento bastante difícil.
É com essa sensação que o Corinthians saiu de Araraquara depois de ganhar da Chapecoense por 1 a 0 na noite do último sábado. Até o próximo fim de semana, quando enfrenta o Fluminense no Maracanã, haverá um pouco mais de tranquilidade para trabalhar. Em sua entrevista pós-jogo, Tite admitiu que o ambiente ainda é de frustração por sair da Copa Libertadores nas oitavas de final.
Mesmo no interior paulista, onde a atmosfera poderia ser mais favorável, o Corinthians jogou sob reações negativas das arquibancadas e com um público considerado baixo para seus padrões, com pouco mais de 10 mil torcedores. Houve quem xingou jogadores, mesmo respeitados, como Fábio Santos e Elias. Mas, claro, também houve satisfação geral pelos três pontos conquistados.
Tite segue fiel à ideia de que ainda precisa de mais tempo para ser cobrado, por mais que as expectativas tenham crescido pelo grande futebol mostrado até o começo de abril. Diante da Chapecoense, o treinador fez algumas experiências no time em função dos desfalques. Rejuvenesceu o ataque com o habilidoso Malcom e o veloz Mendoza próximos de Paolo Guerrero. Pela primeira vez em 2015, utilizou Jadson como o jogador da armação pela faixa central. Antes, ele se posicionava à direita.
"Ele foi readaptado, pois tem uma capacidade muito grande de assistência. A fluência ofensiva do time vem da confiança que ainda não temos", disse Tite, com referência à eliminação na quarta passada. "Tínhamos que fazer um jogo consistente para vencer. Usei os dois de velocidade para o pivô, que é Guerrero. É o organizador (Jadson), o criador, do penúltimo passe. É a luz. É o construtor da faixa central", descreveu.
Com a liderança do Campeonato Brasileiro, o Corinthians terá mais uma semana livre para recuperar jogadores. Elias e Guerrero, por exemplo, mostraram condições físicas ruins. Fagner, em situação similar, ficou no banco de reservas. Felipe e Renato Augusto, preservados, sequer viajaram. Diante do Fluminense, a tendência é que todos estejam à disposição.
A semana que se inicia neste domingo também será importante para a diretoria mostrar serviço. A cúpula e a comissão técnica vão traçar planos para reduzir a folha salarial, hoje acima de R$ 9 milhões. O presidente Roberto de Andrade está ciente de que os valores precisam descer em aproximadamente 15% a curto prazo. Enquanto isso, o assunto dinheiro segue em alta.
Depois da vitória sobre a Chapecoense, Tite, Elias e Emerson Sheik, por exemplo, falaram sobre atrasados. São sete jogadores do Corinthians que têm direitos de imagem vencidos há meses. Na última quarta-feira, a diretoria conseguiu empréstimo de R$ 6 milhões e repassou aos jogadores, mas quitou menos da metade da dívida com o grupo. Não há, porém, expectativa de pagar todos os valores a curto prazo. O diretor financeiro Emerson Piovesan pede mais tempo para levantar cerca de R$ 9 milhões com instituições financeiras, o que praticamente resolveria a situação.
Por ora, vencer já ameniza alguns dos problemas.
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