Em uma corrida com ares de jogo de xadrez, Lewis Hamilton controlou as ameaças do companheiro Nico Rosberg e das Ferrari para vencer pela quarta vez na carreira o GP da China. Com as Williams correndo praticamente sozinhas, Felipe Massa foi o quinto colocado, à frente do companheiro de Williams Valtteri Bottas, enquanto Felipe Nasr mais uma vez sofreu com o maior desgaste de pneus de sua Sauber, mas ainda assim conseguiu pontuar, chegando em oitavo.
A prova foi marcada pela pouca diferença de ritmo entre os quatro primeiros carros, que passaram a maior parte da prova separados por menos de 10s, comprovando que a Scuderia é uma ameaça real à Mercedes para o campeonato e que a vitória de Vettel na Malásia não foi um caso isolado.
Na China, o alemão chegou a ameaçar o segundo lugar de Rosberg durante a corrida, mas teve de se contentar com o terceiro lugar. Com o resultado, Hamilton ampliou sua vantagem na liderança do campeonato, chegando aos 68 pontos, contra 55 de Vettel e 51 de Rosberg. Mesmo sendo superado por Kimi Raikkonen na corrida, Massa manteve o quarto posto no campeonato, com 30 pontos contra 24 do finlandês.
O triunfo de Hamilton foi o 35º de sua carreira. O inglês vive uma briga particular com Vettel, que tem 40 vitórias, para se tornar o piloto mais vencedor da atualidade e o primeiro da geração pós-Schumacher a bater as 41 conquistas de Ayrton Senna.
Antes do início da corrida, apesar de ter obtido uma vantagem na casa de 1s na classificação, a Mercedes temia que o ritmo de corrida e a menor degradação de pneus da Ferrari pudesse colocar a Scuderia em vantagem, como acontecera há duas semanas, na Malásia.
Início estudado
Na largada, Hamilton manteve a ponta, com Rosberg e Vettel mantendo suas posições. Kimi Raikkonen veio bem da sexta posição, ultrapassando as duas Williams nas primeiras curvas. Largando em quarto, Felipe Massa chegou a perder a posição também para o companheiro Valtteri Bottas, mas recuperou-se ainda no giro inicial.
Assim, após a primeira volta, Hamilton liderava, seguido de Rosberg, Vettel, Raikkonen, Massa, Bottas, Grosjean, Nasr, Ericsson e Maldonado. Quem largou mal foi Ricciardo, que chegou a ficar em 17º e veio abrindo espaço no meio do pelotão nas primeiras voltas.
A primeira parte da prova teve algumas brigas particulares: Mercedes e Ferrari dosavam o ritmo para ver quem conseguia estender ao máximo a durabilidade dos pneus, enquanto as Williams andavam praticamente sozinhas e as Sauber lutavam com as Lotus, com os quatro pilotos separados por seis segundos. Mais atrás, as Red Bull se engalfinhavam, sendo observadas de perto pelas McLaren, que conseguiam acompanhar seu ritmo.
Nasr não conseguiu segurar as Lotus por muito tempo e, no final da oitava volta, já havia sido superado por Grosjean e Maldonado e era o nono, enquanto seu companheiro lutava pela última posição nos pontos com Verstappen até ser ultrapassado uma volta depois.
Na 11ª volta, Nasr foi o primeiro a parar, inaugurando a rodada inicial de pit stops e colocando os pneus médios. Contrariando a expectativa de que a Ferrari consumiria menos pneus, o primeiro dos ponteiros a parar foi Vettel, na volta 14, junto de Massa. No giro seguinte, foi a vez de Hamilton parar. Rosberg e Raikkonen trocaram seus pneus logo depois.
Briga próxima entre os quatro primeiros
Ao contrário dos carros da Williams e dos demais carros do meio do pelotão, os quatro primeiros optaram pelo composto macio, lembrando que a aposta de Vettel para a corrida era um pneu macio zerado que o alemão guardou na classificação.
Na 20ª volta, Nasr perdeu a posição para Verstappen, caindo para o décimo lugar. Enquanto isso, na frente, os quatro primeiros estavam separados por menos de 10s, com Raikkonen demonstrando o melhor ritmo com o segundo jogo de pneus. Hamilton diminuiu tanto o ritmo que Rosberg chegou a reclamar no rádio e a Mercedes pediu para que o inglês, que economizava seus pneus, acelerasse.
O inglês acelerou o ritmo mas, ainda assim, na volta 30, logo antes de começarem as segundas paradas, os quatro primeiros estavam separados por 9s. Novamente foi Vettel quem inaugurou os pit stops, chamando Rosberg para os boxes, uma vez que o alemão estava perigosamente próximo do compatriota, mas não conseguiu superá-lo. Hamilton parou na volta 33. Raikkonen tentou permanecer na pista por mais tempo, parando na volta 35, com 21 voltas para o final.
Os giros finais foram marcados por barbeiragens de Pastor Maldonado, que chegou a errar a entrada dos boxes e ter de dar ré e bateu com Jenson Button nas voltas finais, e as brigas das Sauber com as Toro Rosso e a Red Bull de Ricciardo, única a completar a prova depois que Kvyat teve uma quebra de motor.
Ainda deu tempo de Fernando Alonso, na primeira corrida que completou com a McLaren, levar uma volta de ambas as Ferrari, que, por sua vez, não conseguiram mais se aproximar das Mercedes após colocarem os pneus médios. Assim, Hamilton cruzou tranquilo a linha de chegada, com Rosberg em segundo e Vettel em terceiro. Raikkonen, Massa, Bottas, Grosjean, Nasr, Ricciardo e Ericsson completaram o top 10. A prova terminou com o Safety Car depois que Max Verstappen parou sua Toro Rosso na reta com duas voltas para o fim.
A Fórmula 1 volta já no próximo final de semana, no GP do Bahrein.
Classificação final do GP da China
1. Lewis Hamilton (GBR/Mercedes) 1h 39min 42.008s
2. Nico Rosberg (ALE/Mercedes-Mercedes) +0.7s
3. Sebastian Vettel (ALE/Ferrari) +2.9s
4. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) +3.8s
5. Felipe Massa (BRA/Williams) +8.5s
6. Valtteri Bottas (FIN/Williams) +9.8s
7. Romain Grosjean (FRA/Lotus) +19.0s
8. Felipe Nasr (BRA/Sauber) +22.6s
9. Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull) +32.1s
10. Marcus Ericsson (SUE/Sauber) +1 volta
11. Sergio Perez (MEX/Force India) +1 volta
12. Fernando Alonso (ESP/McLaren) +1 volta
13. Carlos Sainz Jr (ESP/Toro Rosso) +1 volta
14. Jenson Button (GBR/McLaren) +1 volta
15. Will Stevens (GBR/Manor) +2 voltas
16. Roberto Merhi (ESP/Manor) +2 voltas
Abandonaram:
Max Verstappen (HOL/Toro Rosso
Pastor Maldonado (VEN/Lotus)
Daniil Kvyat (RUS/Red Bull)
Nico Hulkenberg (ALE/Force India)
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