O governador Marconi Perillo falou na terça-feira (14), em Goiânia, para uma plateia de juristas, durante o II Congresso Brasileiro de Direito do Terceiro Setor, sobre o modelo de gestão de Organizações Sociais que obteve altos índices de aprovação na Saúde em Goiás – e que será implantando na educação pública estadual. O congresso discutiu questões legais sobre os novos rumos da administração pública, por meio de parcerias com empresas do Terceiro Setor. Ele reiterou o que já havia anunciado no início da semana: vai implantar um projeto piloto em Goiás de gestão das escolas públicas por Organizações Sociais.
Juristas e gestores ouviram do governador no auditório da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) que está firme em sua decisão, apesar de algumas resistências. “É uma iniciativa ousada, corajosa, pelo enfrentamento ideológico que isto vai certamente significar, mas estamos dispostos a enfrentar todo este debate, toda esta polêmica com um único objetivo: levar mais qualidade à educação pública”, justificou.
Marconi lembrou o Pacto pela Educação e a excelente avaliação alcançada por Goiás no último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), pondo o Estado com a melhor educação pública (ensino médio) do Brasil e a segunda melhor nota no ensino fundamental. A nota obtida pelos goianos, explicou, apesar de ser a melhor do Brasil no ensino médio, foi 3,8 e isso “é inadmissível”, observou.
Aval da Saúde – O governador falou sobre uma pesquisa realizada nas unidades de saúde (todas são geridas por OSs) do Estado que revelou um índice de satisfação de 91%. E lembrou que não foram ouvidos apenas usuários, mas também médicos, enfermeiros, trabalhadores do setor administrativo, além de familiares dos usuários. “Hoje eu posso dizer que dá para entrar em nossos hospitais de cabeça erguida porque a realidade em cada uma de nossas unidades hospitalares é outra”, situou.
Ele argumentou ainda que no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) há menos colaboradores que em anos anteriores, mas há maior produtividade por conta do aumento do nível de satisfação entre eles. Lembrou também que com a desburocratização na gestão das OSs foi possível levar à população um atendimento de altíssima qualidade, com eficiência econômica e administrativa. “Isso começou há 14 anos com a gestão do CRER (Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo). Foi e é uma gestão exitosa.”
Marconi disse trabalhar pelo mesmo sucesso na área da Educação, assim como foi na Saúde: “Nós estamos consolidando no Estado uma relação cada vez mais próxima com o Terceiro Setor, com resultados muito produtivos que nos ajudaram a melhorar prestação da Saúde em Goiás.”
Goiás foi escolhido para sediar este congresso por ser referência em parcerias. O conclave trouxe a Goiás palestrantes de vários estados, com destaque para Paulo Modesto, professor de Direito Administrativo da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e do doutor em direito Carlos Ari Sundfeld (ex-Procurador do Estado de São Paulo e professor da FGV-SP), considerados expoentes nos assuntos sobre Direito Administrativo e Terceiro Setor.
Para um dos organizadores, Rafael Arruda de Oliveira, Goiás foi escolhido para sediar o evento, entre outros fatores, pelas experiências do Estado com o setor privado. “Em razão do momento auspicioso por que passa o Estado de Goiás e sobretudo pelo importante programa de parcerias com entidades privadas”, enumerou.
Participaram, ainda, do Congresso o secretário de Saúde de Goiás, Leonardo Vilela, e o Procurador Geral do Estado, Alexandre Tocantins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário