Por Tatiana Ramil
(Reuters) - A menos de sete meses da Copa do Mundo de 2014, o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, disse ter 25 jogadores de sua confiança, mas ressaltou que ainda pode haver novidades para o Mundial.
"São 45 nomes que eu tenho pesquisado desde o início. Tenho hoje na minha lista 25... tenho que fazer escolhas", afirmou o técnico a jornalistas em São Paulo, nesta segunda-feira.
Para a Copa em casa, Felipão vai ter que reduzir a lista para 23 convocados, em maio do ano que vem. Apesar de ter o grupo praticamente fechado, ele não descarta o surgimento de uma surpresa.
O treinador disse que vai assistir a três partidas na Europa para observar jogadores novos.
"Vou ver mais jogos para ver se acrescento um ou dois (nomes). Continuamos observando e a chance pode aparecer...Pode ser que ainda tenha novidade, pode aumentar para 26, mas não vai passar disso não", declarou.
"Tenho mais gente do que eu imaginava", completou ele, explicando que, quando assumiu o time, no final de 2012, não esperava ter tantas opções de confiança.
Nos últimos dois amistosos, contra Honduras e Chile, neste mês, Felipão testou duas novidades, Robinho, do Milan, e Willian, do Chelsea, e afirmou ter aprovado: "Gostei bastante dos dois, tanto dentro como fora de campo."
Mas ele descartou seguir a sugestão de pessoas de fora da comissão técnica do Brasil sobre a convocação de novos atletas.
Questionado sobre o meia Paulo Henrique Ganso, cujo nome foi destacado no domingo pelo técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, o treinador respondeu: "A escolha é minha."
O treinador foi evasivo ao comentar as chances dos veteranos meias Kaká e Ronaldinho, dizendo apenas que "continua observando".
E fez questão de ressaltar que surpresas podem acontecer, citando o caso do próprio Kaká, que foi convocado para a Copa de 2002 por Felipão sem ter feito nenhum jogo antes.
O Brasil só fará mais um amistoso antes da convocação para a Copa, contra a África do Sul, em março.
CUTUCADA EM PELÉ
O treinador campeão com o Brasil em 2002 disse que vai convocar dois por posição para o Mundial, porém aposta em jogadores versáteis, que possam atuar em mais de uma posição.
"Pretendo levar o maior número de jogadores com versatilidade possível", afirmou ele, acrescentando que testou o volante Luiz Gustavo na lateral esquerda, e pode colocar o zagueiro David Luiz, o volante Paulinho ou o meia Oscar na direita.
Felipão confirmou que coloca o Brasil como favorito para conquistar a Copa e desdenhou da opinião de Pelé, que aposta na Alemanha entre os principais candidatos ao troféu.
"Eu mantenho mais ainda agora. Quando o Pelé fala em Alemanha, é possível que a Alemanha não chegue", afirmou ele, brincando com a fama de pé-frio do tricampeão mundial em suas apostas.
Sem temer o "fantasma" da Copa de 1950, única vez em que o Brasil sediou o Mundial e perdeu a decisão para o Uruguai, no que ficou conhecido como "Maracanazo", o treinador disse que vai contar aos jogadores sobre o famoso fato.
"Quando alguém falar no fantasma (de 1950), eu vou falar (para os jogadores) do lado positivo. Os meus jogadores nasceram em 1985, eles nem sabem que existiu a Copa de 1950", disse.
"E se analisarmos o lado positivo, nós chegamos à final, aqueles jogadores merecem ser valorizados", acrescentou o técnico em evento promovido por uma marca de lâminas de barbear, durante o qual fez a barba em público. O seu tradicional bigode, no entanto, foi preservado.
O técnico destacou ainda a importância do "entrosamento" da equipe com a torcida, assim como aconteceu na conquista da Copa das Confederações, em junho.
"Eles (torcedores) entenderam e participaram, e foram muito importantes. Tiveram papel fundamental na competição, fazendo os jogadores vibrarem mais", disse.
"Estou plenamente satisfeito com os jogadores que estão no grupo. Mas sempre pode ser melhor. Claro que a gente ficou muito feliz com a Copa das Confederações, mas quem sabe só com isso não seja suficiente para que a gente chegue no Mundial e ganhe."
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