domingo, 11 de agosto de 2013

Bahia paga R$ 23 mil para irmãs de Marcelo Guimarães Filho. Comentarista Esportivo Também Está na folha do Clube


Marcelo Guimarães
Duas irmãs do presidente Marcelo Guimarães Filho, destituído do Bahia em intervenção impetrada pela justiça em julho passado, são funcionárias remuneradas do clube. A reportagem de A TARDE teve acesso à folha salarial do Bahia referente ao último mês de pagamento, após solicitação feita ao interventor Carlos Rátis, baseando-se na Lei de Acesso a Informação.
As duas irmãs do presidente são Luciana de Medeiros Guimarães, que responde pela função de diretora do departamento jurídico, e Renata de Medeiros Guimarães, no cargo de gerente do mesmo setor.
No documento fornecido por Rátis não consta salários dos funcionários do clube, mas a reportagem apurou que os vencimentos líquidos de Luciana giram em torno de R$ 15 mil mensais, enquanto Renata recebe mais de R$ 8 mil por sua ocupação. O estatuto do Bahia não contempla qualquer proibição referente a prática de contratação de parentes do mandatário em exercício

Por outro lado, Marcelo Filho não teve a preocupação de tornar pública tal informação, ainda que suas duas irmãs tenham vínculo firmado com o Bahia desde os primeiros anos da sua gestão.

Procurado pela reportagem, o presidente destituído não respondeu às chamadas telefônicas para comentar o assunto. Ao jornalista Levi Vasconcelos, da Coluna Tempo Presente de A TARDE, na edição do dia 3 de agosto, Marcelo Filho afirmou está evitando conceder entrevistas por orientação dos seus advogados. O escritório de advocacia de Luciana de Medeiros também foi contactado, sem retorno.
Elizeu Godoy
Assessor de futebol - Outro nome que consta na relação de funcionários do clube é do ex-jogador Elizeu Godoy, atualmente comentarista esportivo da Rádio Metrópole.

Na folha salarial, Elizeu aparece ocupando a função de gerente de futebol do Bahia, embora tenha deixado o cargo em janeiro de 2010. Ele foi contratado pelo então presidente Marcelo Filho no ano de 2009, após a demissão do diretor Paulo Carneiro.


"Fiquei na função até a chegada de Paulo Angioni (diretor já demitido), mas por conta da eficiência dos meus serviços, continuei assessorando o departamento de futebol do Bahia", respondeu Godoy em contato com a reportagem.
O ex-jogador explicou ainda que, por conta da sua carteira de trabalho ter sido assinada como gerente, esta função continua constando na folha salarial do clube. Elizeu, porém, garantiu ter tido perdas salariais com a mudança de cargo.
"Não vou revelar valores, mas quando virei assessor de futebol passei a receber 40% do que recebia como gerente. Foi uma desvalorização por conta da natureza do trabalho", justificou.
Em janeiro e fevereiro deste ano, revela Elizeu, ele viajou para Portugal a serviço do Bahia para fechar um acordo de parceria para empréstimo de jogadores. "Infelizmente o acordo não deu certo. Seria uma relação com o Belenense, time famoso de lá. Seria muito bom para a marca do Bahia fazer essa ligação internacional", diz.
Em todo tempo que esteve a serviço do clube, o assessor recorda-se apenas de uma contração de jogador que tenha intercedido. "Ajudei, de forma indireta, a trazer aquele atacante Elias (vindo do Resende, contratado pelo Bahia em 2012, hoje no Botafogo). Um conhecido me falou do jogador e eu indiquei a Angioni", disse.
 Interventor Carlos Rátis

Elizeu Godoy garante ainda que vai ao clube sempre que solicitado, sem horário definido, mas que isto não atrapalha sua independência na função de comentarista. "Sei separar bem as coisas. Nunca recebi pedido para moderar em algum comentário. Sei separar bem as duas funções que ocupo", disse.

Folha salarial - Em virtude das contas em vermelho do Bahia, o interventor Carlos Rátis já afirmou que não sabe como pagará a folha salarial do clube deste mês, que vence nesta quinta. A folha de junho ainda não foi inteiramente quitada. Entre atletas e funcionários, o Bahia tem 360 profissionais contratados.

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