“Não é exagero algum afirmar, aliás, que basta folhear a revista Carta Capital para perceber que ela é feita por uma súcia financiada por dinheiro público para achacar a honra alheia”, acusa o ministro. Afirma Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República contra os jornalistas Leandro Fortes e Mino Carta, repórter e editor, respectivamente, da revista Carta Capital. Motivo: a divulgação de uma lista falsa, que aponta o ministro como beneficiário do caixa 2 da campanha da reeleição de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998.
A reportagem publicada no dia 28 de julho foi, para o ministro, uma tentativa de associá-lo a personagens e práticas diretamente ligadas ao tema da Ação Penal 470, o processo do mensalão, que começou a ser julgado pelo Supremo no dia 2 de agosto.
A revista traz uma lista supostamente assinada pelo publicitário Marcos Valério — réu na AP 470 — que seria "de beneficiários do caixa 2 da campanha" de reeleição de Eduardo Azeredo. Datada de 28 de março de 1999, a lista aponta Gilmar Mendes como beneficiário da quantia de R$ 185 mil. O documento cita o atualmente ministro como ocupante do cargo de advogado-geral da União. Mendes só passou a ocupar cargo na AGU, porém, em 2000. “Por esse ponto apenas já seria possível perceber a falsidade do documento”, diz a representação.
O próprio Marcos Valério também nega a veracidade do documento que supostamente seria assinado por ele, assim como outra pessoa listada, o senador Delcídio do Amaral. Ele foi associado ao cargo de senador na lista de 1999. Ele só veio a ocupar o cargo, porém, em 2002.
Leandro Fortes- histórico de Reportagens Falsas |
Não é apenas a reportagem, assinada por Leandro Fortes, que ataca Gilmar Mendes. A sugestão de que o ministro teria agido indevidamente é reforçada por editorial assinado por Mino Carta. “A suspeição de Mendes no processo que se inicia é muito mais que evidente”, diz o texto. O editorial, segundo a denúncia, “investe contra a honra” do ministro.
A falsidade da lista foi, inclusive, comprovada por laudo pericial do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais de junho de 2012 que mostra que, embora seja datado de 28 de março de 1999, o documento foi criado no dia 27 de fevereiro de 2009.
A reportagem diz que Dino Miraglia, advogado de Nilton Monteiro, foi quem, teve acesso ao documento divulgado. Monteiro é investigado por inúmeros crimes.
Segundo a representação, assinada pelo advogado Rodrigo de Bittencourt Mudrovitsch, fica claro que a revista não se cercou de cautelas ao perceber o provável envolvimento de Nilton Monteiro no episódio, uma vez que Gilmar Mendes, “sem maiores esforços investigativos”, conseguiu as informações sobre a lista, que poderiam ter sido enviadas aos jornalistas envolvidos, caso o ministro tivesse sido procurado anteriormente à publicação”.
“Tudo leva a crer que os jornalistas Mino Carta e Leandro Fortes sabiam que a lista que embasou a reportagem e o editorial era falsa, mas que, ainda assim, optaram por divulgar o seu conteúdo”, diz a representação.
“Não é exagero algum afirmar, aliás, que basta folhear a revista Carta Capital para perceber que ela é feita por uma súcia financiada por dinheiro público para achacar a honra alheia”, acusa o ministro.
Leandro Fortes, o jornalista que escreveu a matéria sobre os supostos grampos em Goiás, totalmente sem provas, tem um currículo horroroso.
Vejam só:
1 – Condenado a pagar danos morais a um desembargador do Rio de Janeiro, que acusou, sem provas, na revista Época, de privilegiar um réu.
2 – Processado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, por acusá-lo, na Carta Capital, de ter recebido recursos de caixa 2 da campanha de Eduardo Azeredo em Minas. A prova era uma lista assinado por Marcos Valério, que o próprio, Valério, desmentiu e apontou como falsificada.
3 – Condenado a pagar indenização por danos morais ao ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, por ter acusado – mais uma vez sem provas – o irmão de Malan de traficar influência no Ministério da Fazenda no Governo FHC, na revista Época. Somando-se ao outro processo, foi demitido da Época.
4 – Processado por assédio moral na Radiobrás, segundo informa o site Consultor Jurídico, que o acusou de distorcer matérias publicada no site para atacar o ministro Gilmar Mendes.
5 – Denunciado pelo Ministério Público Federal por ter caluniado agentes da Polícia Federal, que acusou – sem provas, mais uma vez – de não ter levado a sério o dossiê Cayman – que, aqui sim, comprovadamente, era falsificado.
6 – Publicou o livro intitulado “Cayman: o dossiê do medo”. em que dá créditos a documentos comprovadamente falsos.
7 – Publicou artigo na internet em que deu crédito a documentos levantados no escândalo da Lista de Furnas, mesmo com laudos que atestaram a não autenticidade dos documentos.
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