quinta-feira, 29 de novembro de 2012

CBF Confirma Felipão Como Técnico da Seleção Brasileira

Josep Guardiola era uma opção ousada e moderna demais para uma instituição de espírito tão arcaico. Sonho de boa parte da imprensa e da torcida, a contratação do ex-técnico do Barcelona não passou de puro desejo, quase um devaneio, se levarmos em conta o perfil conservador da alta cúpula da Confederação Brasileira de Futebol. O futuro pedia presente, mas o presidente da CBF decidiu apostar no passado. A escolha de Luiz Felipe Scolari se deu pelo histórico vencedor do técnico. Não o recente. O penta se sobrepôs aos últimos trabalhos. Mesmo uma década depois, impossível não respeitar o feito.

José Maria Marin fará o anúncio por volta das 9h30 (horário do Recife), na sede da entidade. Uma mera formalidade. A informação, vazada ontem, respaldou as suspeitas levantadas desde a última sexta-feira, dia da demissão de Mano Menezes. Aos 64 anos, Scolari terá um baita desafio pela frente: contradizer a história. Parece até ironia. Se por um lado, o passado justifica a escolha, por outro, joga contra. Jamais um técnico ex-campeão mundial conseguiu conduzir a Seleção ao título em nova empreitada. Fracassaram: Vicente Feola, campeão em 1958 e eliminado na primeira fase em 1966; Zagallo, campeão em 1970 e vice em 1998; além de Carlos Alberto Parreira, campeão em 1994 e eliminado nas quartas de final em 2006.

Parreira, por sinal, estará junto de Felipão no “novo projeto” da CBF. Substituto do próprio Scolari após a Copa de 2002, o comandante do tetra será confirmado como coordenador da seleção, função restabelecida após a extinção do cargo de diretor de seleções, até então ocupado por Andrés Sanchez, que ontem entregou uma carta de demissão antecipando-se à decisão iminente da dupla Marin e Marco Polo del Nero. Afastar o ex-presidente do Corinthians fazia parte do plano.

O pano de fundo político permeia a saída de Mano. Fiel escudeiro do ex-treinador, Sanchez, além de ter sido voto vencido no debate sobre a demissão do amigo, não foi consultado quanto ao nome do novo técnico. Felipão, por sinal, teria recebido o aval do alto escalão do governo, a começar pela presidente Dilma Roussef e pelo ministro do Esportes, Aldo Rabelo. Uma prova de que todo o processo passou longe de questões meramente técnicas. A Seleção precisava de um técnico até sábado. E, sábado, estará bem representada no sorteio da Copa das Confederações.

Saiba mais

Últimos trabalhos:

Seleção Portuguesa
(2003 a 2008)

Apesar de ter perdido o título da Euro 2004 para a Grécia, dentro de Portugal, o vice-campeonato e a boa campanha na Copa de 2006, 4º lugar, deixaram uma imagem vitoriosa.

Chelsea
(2008/2009)

Apresentado no dia 1º de julho de 2008, ajudou o Chelsea a atingir a marca histórica de 11 vitórias consecutivas fora de casa pelo campeonato inglês. Acabou demitido após um empate com o Hull City, em 9 de fevereiro de 2009, que deixou o time a 7 pontos do líder Manchester United.

Bunyodkor, do Uzbequistão
(2009 e 2010)

Assumiu o time em 1º de julho de 2009. Em 18 meses, conquistou o título nacional invicto, com o recorde de 23 vitórias consecutivas.

Palmeiras
(2010 a 2012)

Em dois anos, conquistou apenas um título: a Copa

Superesportes

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