O candidato a prefeito pela coligação Goiânia 24 Horas, Jovair Arantes (PTB), sobressaiu-se no debate promovido pelo jornal O Popular na manhã de ontem, do qual participaram ele e Paulo Garcia (PT) – postulante à reeleição. Ao contrário do petista, Jovair deu respostas claras às perguntas feitas pelo público, jornalistas e pelo próprio concorrente – fato que expôs sua superioridade sobre o adversário.
No primeiro bloco, Jovair detalhou a proposta de criar um plano de saúde gratuito para população de baixa renda da Capital, que receberá o nome de GoiâniaMED. O candidato disse que o plano vai oportunizar o acesso de aproximadamente 300 mil pessoas à rede privada de saúde e permitir que a prefeitura trabalhe, com mais tranquilidade, na ampliação do sistema público de atendimento atual. Ao comentar o plano, Paulo foi vago. Disse apenas que é preciso investir mais no setor.
Ciclovias foi o segundo tema abordado no debate. Paulo afirmou que há um projeto para implantação, mas não explicou porque, em dois anos e cinco meses como prefeito, fez apenas um pedaço de ciclofaixa – ligando a Praça Cívica à Praça Universitária. Jovair rebateu, afirmando que há problemas no corredor universitário. "A população não foi consultada", disse.
Jovair foi questionado sobre a viabilidade orçamentária das suas propostas, e respondeu há recursos existentes para sanar a maior parte dos nós que hoje estrangulam a cidade. O que falta, segundo ele, é criatividade e gestão. O petebista garantiu ainda que a prioridade da sua administração será revolucionar o atendimento na saúde.
No segundo bloco do debate, candidato perguntou para candidato. Jovair questionou Paulo sobre projetos para cultura – área que, conforme lembrou, não só foi abandonada como também serviu de pano de fundo para inúmeros escândalos na atual administração. Foi na gestão de Paulo que o ex-secretário Kléber Adorno foi acusado de desviar dinheiro que deveria servir para pagar os artistas.
Paulo questionou Jovair sobre os projetos para a educação. O candidato do PTB afirmou que não vai deixar faltar alimentos, como foi divulgado pelo O Popular na semana passada. Segundo reportagem do jornal, não existe mais merenda em diversas escolas da Capital. Em outras como a que existe no setor Balneário, serve-se apenas arroz.
Jovair perguntou a Paulo por que as casas que já foram entregues pela prefeitura não possuem estrutura. O prefeito não respondeu com objetividade. Insistiu na tese de que só critica quem não conhece Goiânia. Jovair denunciou a falta de comprometimento do prefeito e afirmou que Paulo só atendeu interesses da população mais bem remediada da cidade. "Em visitas notamos realidade diferente da que o candidato-prefeito descreve. A vida das pessoas nos bairros afastados está muito difícil". Paulo também evitou responder a pergunta do jornalista Jarbas Rodrigues, que o questionou sobre sua relação com o governo estadual. “É institucional”, disse.
Jarbas replicou dizendo que os resultados das políticas públicas da prefeitura estão demorando a aparecer e questiona se isso pode ser a causa da eleição estar parada. Paulo Garcia disse nas ruas a reação é diferente. “Sou sempre recebido de forma calorosa pela população”, desconversou.
No terceiro bloco, Jovair insistiu nos questionamentos sobre Saúde – área que, de acordo com recente pesquisa Ibope, preocupa muito 70% dos eleitores da Capital. Na tentativa de justificar a crise que o setor enfrenta, Paulo afirmou que a má qualidade do serviço decorre da quantidade de pacientes que migram do interior. Segundo ele, a prefeitura “faz mais do que deveria”.
Paulo perguntou quais são os planos de Jovair para melhorar a infraestrutura da cidade, e o petebista afirmou que há necessidade premente de se aplicar recursos na qualificação e ampliação da malha viária do município. O petista foi ríspido ao questionar a previsão orçamentária destes projetos. Jovair rebateu. “O atual prefeito não tem condições de discutir comigo o orçamento municipal, Paulo não foi uma vez sequer à Brasília buscar recursos", afirmou Jovair.
A jornalista Fabiana Pulcineli, que trabalha em O Popular, encerrou o terceiro bloco com uma pergunta sobre a carga tributária da cidade. O petebista disse que o assunto precisa ser discutido com o setor produtivo e a população. “Prefeito não pode administrar de dentro do seu gabinete e ficar sentado aguardando os recursos chegarem”, afirmou.
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