Apreensão de armas de fogo, dinheiro em espécie, computadores, documentos, recibos, além do cumprimento de 12 mandados de prisão, 5 de condução coercitivas e 19 de busca e apreensão. Este é o balanço parcial da Operação La Plata, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás no município de Anápolis. No início da noite, depois de colhidos os depoimentos, três dos detidos foram soltos e os outros nove estão no 1º Distrito Policial de Anápolis.
Conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Centro de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) do MP, a 8ª, a 11ª e a 15ª Promotorias de Justiça da comarca de Anápolis, a ação envolveu 15 servidores e 13 promotores de Justiça e mais de 100 policiais militares.
Promotor Denis Bimbati esclareceu detalhes da operação |
Conforme detalhado pelo promotor de Justiça Denis Bimbati, coordenador do Gaeco, em entrevista coletiva realizada no edifício do Fórum de Anápolis, a investigação está sendo feita há cerca de um ano, tendo sido de que os envolvidos formaram uma organização criminosa voltada para a prática de crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato e diversos crimes ambientais. Estes delitos teriam sido cometidos por funcionários do Executivo municipal, integrantes do Poder Legislativo, empresários do ramos imobiliário e até mesmo um servidor do Ministério Público.
Para não comprometer o curso das investigações, não foram divulgados os nomes de nenhum dos investigados, que deverão ser conhecidos no momento do oferecimento da denúncia criminal. O detalhamento de como funcionava o esquema e a participação de cada um dos envolvidos também deverão ser revelados após a análise do material apreendido e dos depoimentos realizados.
Conforme esclareceu a promotora Sandra Mara Garbelini, os envolvidos buscavam burlar requisitos legais exigidos para a expansão urbana do município, por meio de concessões irregulares de alvarás, autorizações e licenças. Algumas dessas irregularidades, inclusive, são alvo de apuração específica da 15ª Promotoria de Justiça de Anápolis.
Atualmente, o município está impedido de praticar qualquer ato administrativo envolvendo a emissão de autorizações que guardem relação com a área de perímetro urbano que foi expandida pela Lei Complementar Municipal nº 264/2011. A determinação judicial acolheu pedido da promotora Sandra Garbelini em ação civil pública proposta em maio deste ano contra o município e a Câmara Municipal de Anápolis.
Pela decisão, o município está impedido ainda de emitir licenças, certidões de uso de solo, lançamento de IPTU, termo de ocupação, alvará de construção e de funcionamento, aprovação de projetos de arquitetura e engenharia ou quaisquer outros negócios com base na lei. Foi fixada multa diária no valor de R$ 10 mil para o caso de eventual descumprimento da providência. Clique aqui para ler a matéria relacionada a esta ação.
Diversos Crimes
Oitivas foram realizadas durante todo o dia na sede das Promotorias de Anápolis |
O subcoordenador do CSI, Thiago Galindo, destacou que, além de crimes ambientais, relativos à questão do urbanismo, há indícios da ocorrência de diversos outros delitos contra a administração pública, como a “divisão de salários”, prática que consiste no pagamento de salário a um servidor e retenção de parte desse pagamento por quem o nomeou. “Os resultados das buscas corroboram as provas produzidas por meio de interceptações telefônicas e material analisado”, afirmou.
Thiago Galindo ressaltou ainda a importância da atuação conjunta do Ministério Público e da PM para o cumprimento dos mandados. A promotora Adriana Marques Thiago acrescentou que a ação do Ministério Público demonstra a importância de atuação do órgão em defesa do sociedade. “Estamos defendendo a cidade que o povo anapolino merece”, declarou. (Texto e fotos: Cristina Rosa / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)
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