Homero Lacerda denuncia interesses do grupo Moura Dubeux na Arena do Sport
Polêmico, conhecido por gostar de brigar e defender abertamente as suas convicções, o empresário e ex-presidente do Sport Clube do Recife, Homero Lacerda, criticou duramente a negociação nebulosa que está havendo na cúpula do Sport, presidida por Gustavo Dubeux, sobre a construção de uma nova arena rubro-negra.
O negócio está avaliado em 400 milhões, mas segundo ele não apresenta benefícios viáveis para o clube e pode esconder uma disputa de poder que envolve grandes grupos financeiros internacionais, e uma das maiores construtoras do estado; a Moura Dubeux, presidida pelo atual presidente, Gustavo Dubeux, e que será beneficiada diretamente com o negócio.
Homero Lacerda recebeu a repórter do leituracritica.com essa manhã, em seu escritório em Boa Viagem, e demostrou toda sua indignação com o projeto. Revelando detalhes da operação que poderá, dentre outras coisas, causar maiores problemas na questão da mobilidade da cidade.
Ele lidera a um movimento para tentar evitar uma intervenção arbitrária que danifique o patrimônio do clube e resulte em um impacto irreparável na região. “O estatuto do sport diz que o clube é uma instituição sem fins lucrativos, como pode agora está sendo arrendado?”, indagou num misto de revolta e perplexidade.
VEJA OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA EXCLUSIVA CONCEDIDA À JORNALISTA ÉRICA COLAÇO
LC: Como se iniciou o processo para a construção de uma arena multiuso no terreno do Sport?
HL: Todos os rubro-negros, em unanimidade, estão conscientes de que é preciso ser construída uma arena moderna, pois não há sentido em não fazer essa reforma. Não existe mais estádio com pessoas sentando em banco de concreto. Precisa de uma estrutura digna para as pessoas irem com a família. O que acontece no Brasil hoje é totalmente obsoleto. Faz uns dez anos que foi levantada essa ideia, mas ainda era um processo de amadurecimento. Quando ficou mais decidida a construção da arena, Gustavo Dubeux se candidatou a presidente. Tenho certeza que ele só se candidatou por isso. Apesar de ter uma boa relação com ele, não posso concordar com o seu jogo político.
LC: Na sua opinião está havendo transparência nas etapas do projeto?
HL: O que acontece é que não existe projeto, não existe licitação e nem nós, membros deliberativos do conselho, podemos ter acesso a qualquer documento por conta de uma cláusula de confidencialidade no protocolo de intenções, que também ninguém teve conhecimento ainda. O presidente Gustavo Dubeux não está sendo claro, está fazendo negociações a portas fechadas e devendo muitas explicações. Nem a segurança de uma garantia bancária temos, o que é obrigado em qualquer investimento. Caso o investidor derrube o clube e no outro dia desista da aquisição, estamos desamparados.
LC: Em números, quanto o patrimônio do sport está valendo aos interessados?
HL: O patrimônio do Sport está calculado em, aproximadamente, 1 bilhão, fazendo com o que o clube seja um dos maiores patrimônios públicos do Brasil. O que a Moura Dubeux quer fazer são verdadeiros espigões, de 40 andares com lojas, hotéis, restaurantes… Edificações com mais de 500 apartamentos que serão arrendados por 30 anos, onde o Sport só terá um lucro ínfimo que eles decidirem, pois não tem nada certo, e de 7%, do total, durante todo esse tempo. Apenas a bilheteria continua sendo 100% do clube. Quando esses trinta anos acabarem, vão nos devolver o bagaço e não teremos como manter.
LC: Como o conselho deliberativo do Sport está reagindo a esta “manipulação”?
HL: O conselho foi talhado. Muitos dos conselheiros mais tradicionais do clube, de 20 anos de participação, foram expulsos pelo atual presidente Gustavo Dubeux, e substituídos por corretores da própria empresa dele e pessoas interessadas na especulação imobiliária. Somos minoria agora. Foi tudo calculado para beneficiar os interesses financeiros do atual presidente, que na minha opinião, está passando de todos os limites do bom senso.
LC: Hoje, quais são as medidas que estão sendo tomadas para evitar esse projeto que comtempla mais espigões e por consequinte mais transito cáotico naquela regiao da cidade?
HL: É uma luta dificílima. Mesmo os torcedores se juntando na justiça contra um grupo forte e cheio de interesses por trás, é necessária uma audiência pública que eu vou tentar provocar. Falarei com o governador, entrarei em contato com a deputada Priscila Krause e pedirei que me coloquem com Gustavo Dubeux no debate. Ele não pode fugir, pois isso é um tema que interessa a toda população do Recife e a milhões de torcedores. É um crime o que estão querendo fazer.
LC: Qual seu sonho para o futuro do Sport?
HL: O meu sonho e de muitos rubro-negros, pelo menos os dos atentos, pois ainda existe uma parcela que só está interessada no placar do jogo e precisa despertar para essa realidade, é a construção em torno de toda área, ao redor do clube, em uma imensa estrutura para prática de esporte olímpico. Hoje a segunda coisa mais importante que o futebol. Precisamos viabilizar espaço para nossos atletas, fazer do nosso estado, que tanto cresce modelo do incentivo ao esporte olímpico
Fonte: Leitura Crítica
2 comentários:
um verdadeiro ultrapassado, só reclama porque não está levando nada.
Homero fica na expectativa de uma derrota do Sport, para soltar a sua violenta crítica. Ele fala que é membro do CD, mas nunca vimos o Homero no Conselho, para discutir os problemas do Sport. Faz isso através da imprensa...
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