sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Faixa de Protesto Pode Render Multa Pesada Ao Náutico

O caso da polêmica faixa exposta pelos torcedores do Náutico em partida no estádio do Aflitos, em Recife, no jogo contra o Atlético/GO, citando a arbitragem do Campeonato Brasileiro, chegará ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na próxima quarta-feira, dia 17 de outubro, em julgamento na Terceira Comissão Disciplinar, em sessão marcada para começar às 18h. Sem risco de perder mando de campo, o clube pode ter que desembolsar até R$ 215 mil.

Com o seguinte dizer: ‘Não irão nos derrubar no apito!!!’”, a faixa provocou o atraso no início da partida, já que o árbitro Leandro Pedro Vuaden só liberou o começo do jogo quando a mesma foi fechada pelos torcedores, após intervenção dos próprios jogadores do Náutico e do policiamento no estádio. Vuaden relatou na súmula o ocorrido.

“Informo para os devidos fins que, antes do início da partida, avistei na arquibancada (geral) onde estava localizada a torcida do Náutico/PE, uma faixa com aproximadamente 40 m de comprimento por 1,20 m de altura, sendo em cor preta e letras brancas, contendo os seguintes dizeres: ‘Não irão nos derrubar no apito!!!’”, detalhou, seguindo com o relato.
“Imediatamente solicitei a presença do delegado especial que acionou o policiamento através do comandante, Tenente Lucena, que providenciasse que a mesma fosse retirada de exposição e enrolada ou deitada na arquibancada, fato que aconteceu exatamente às 18h45, gerando um atraso no início da partida de 15 minutos. Após iniciado o jogo a faixa voltou a ser estendida, mas foi rapidamente deitada na arquibancada, fato que não se repetiu durante o jogo”.

Denúncia não cita perda de mando

O Náutico foi acusado de infringir o artigo 191, incisos I e III, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), ou seja, “deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento: de obrigação legal; de regulamento, geral ou especial, de competição. Assim, em cada inciso, o clube pode ser multado em até R$ 100 mil.

A denúncia ainda destaca que o clube desrespeitou o que está previsto no artigo 13-A, inciso IV, do Estatuto de Torcedor, que diz que “são condições de acesso e permanência do torcedor no recinto esportivo, sem prejuízo de outras condições previstas em lei: não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo”.

Além disso, o processo cita o artigo 7°, alínea 1, do Regulamento Geral das Competições/CBF, que afirma que “compete ao clube que tiver o mando de campo: providenciar todas as medidas de ordem técnica e administrativa necessárias e indispensáveis à logística e à segurança das partidas (..)”.

E para encerrar a denúncia, a Procuradoria põe na conta do clube pernambucano a responsabilidade pelo atraso de 15 minutos para o início do jogo, e assim o Náutico pode ser punido também com base no artigo 206 (dar causa ao atraso do início da realização de partida, ou deixar de apresentar a sua equipe em campo até a hora marcada para o início ou reinício da partida) do CBJD, no qual pode ser punido em R$ 1 mil por cada um dos 15 minutos de atraso, chegando ao total de R$ 15 mil.

Chefe da arbitragem noticia Tribunal

Em documento enviado ao STJD, o presidente da Comissão de Arbitragem, Aristeu Tavares, chama a atenção para a “injustificada tentativa” de clubes que estão na parte de baixo da tabela de imputar à arbitragem a campanha que fazem no Campeonato Brasileiro.

Aristeu Tavares ainda citou uma visita do presidente do Náutico à CBF, Paulo Cezar Vanderley, acompanhado do presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Barros Carvalho, quando citaram diversos “pretensos equívocos” cometidos pelos árbitros em partida do Timbu.

Contextualizando o ocorrido nos Aflitos, Aristeu Tavares destacou que Leandro Pedro Vuaden foi o mesmo árbitro que estava presente na partida entre Coritiba e Fluminense, na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2009, quando houve uma verdadeira batalha campal no estádio Couto Pereira. Assim, para preservar a ordem e a segurança, o árbitro teria pedido que a faixa fosse retirada.

Punição ao Milan é citada em denúncia

Para embasar pedido de punição ao Náutico, a Procuradoria ainda se utilizou da notícia de que o Milan foi multado em R$ 21 mil por faixa desrespeitosa com atacante Cassano. A punição foi noticiada na última terça-feira após decisão da Federação Italiana de Futebol, em função da atitude de torcedores do clube rossonero, que estenderam no San Siro uma faixa com os seguintes dizeres: "Cassano traidor, devolva o desfibrilador", em alusão à operação no coração do jogador para tratar consequências de um AVC. Cassano deixou o Milan para jogar no rival Inter de Milão, e os clubes se enfrentaram no último domingo.

Fonte: Justiça Desportiva



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