Mais um caso de indisciplina da torcida tira mandos de campo de clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. Após Cruzeiro e Palmeiras, nesta noite de segunda-feira, dia 8 de outubro, foi a vez de Atlético/GO e Flamengo. Por conta de um rojão estourado no estádio Serra Dourada, pela 26ª rodada, ambos foram punidos com a perda de um mando. Além disso, o Dragão terá que pagar R$ 10 mil, enquanto o Rubro-Negro desembolsará R$ 20 mil.
Mesmo com a punição, o jogo do Flamengo com o Cruzeiro fica mantido para o Engenhão no próximo sábado. O clube carioca terá que cumprir a decisão na partida contra o São Paulo, marcada para o dia 21. Uma das opções é o estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Já o Atlético/GO deverá jogar a 100 quilômetros de distância de Goiânia no jogo contra o Sport, no dia 21. Os clubes podem recorrer e até buscar um efeito suspensivo desta decisão.
A confusão ocorreu no jogo do dia 23 de setembro, no Serra Dourada. Foi relatado na súmula, pelo árbitro Paulo César de Oliveira, que, aos 19 minutos do segundo tempo, estourou um rojão próximo à área penal do time da casa, pouco antes do gol de desempate do time carioca, que saiu com a vitória por 2 a 1. Segundo o árbitro, o arremesso do objeto partiu da torcida do Flamengo, mas não parou por aí.
Quatro minutos depois da primeira explosão, outro rojão foi arremessado, vindo novamente da arquibancada onde estava a torcida do time visitante. Desta forma, a Procuradoria do STJD entendeu que o Flamengo deveria ser denunciado por conta do fato ter sido ocasionado por sua torcida, e também o Atlético/GO, por ser o mandante e responsável pela partida.
Em defesa ao Flamengo, o advogado Marco Aurélio Assef ressaltou que o clube, por não ser o mandante da partida, não tinha poder sobre os órgãos do Estado e, desta forma, não poderia prevenir o fato no Serra Dourada.
“O clube não pode ser responsabilizado por problemas ocorridos a quilômetros de sua praça. Em todos os Estados aonde o Flamengo vai jogar, o clube tem uma grande torcida. No Serra Dourada não foi diferente e a torcida era sim a maior, porém não há como provar que o arremesso foi feito por um torcedor do Flamengo. Lá não havia divisão e as torcidas estavam no mesmo espaço. Se houver punição de perda, não serão punidos os torcedores do Flamengo de Goiânia”, declarou.
O advogado Marcos Egídio, lembrando a situação em que o Dragão se encontra na tabela da competição e, explicando o caso, pediu a absolvição.
“Neste ano houve doping, erros de arbitragem, problemas com jogadores lesionados e a equipe segue com grandes chances de rebaixamento. Contudo, recebemos um clube que sua torcida efetua o arremesso em campo. Quando a situação está ruim, pode ficar pior. No vídeo, pudemos visualizar a tentativa de repreensão. O policiamento tentou, logo em seguida ao lançamento, a identificação do infrator. Não houve explosão do artefato, mas sim apenas a fumaça. A partida não foi interrompida por conta disso e não houve prejuízo”.
Com base no artigo 213, inciso III, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir o lançamento de objetos no campo”, os clubes podiam ser multados em até R$ 100 mil, além do agravante do parágrafo primeiro, no qual podiam perder até dez mandos de campo.
Fonte: justiça Desportiva
Fonte: justiça Desportiva
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