sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Prefeitura Dá Calote em Aluguel e Corta Remédios


 fachada do Caps
O Ambulatório Municipal de Psiquiatria do Centro de Atenção Psicosocial (Caps) opera no limite. No dia 15 de setembro, o site Goiás 247 informou que o Caps é alvo de uma ação de despejo porque a prefeitura não para aluguel do imóvel onde o ambulatório está instalado, na rua 132, setor Sul. Agora, pacientes reclamam que os remédios para tratamento continuado deixaram de ser fornecidos. 


A aposentada Josefa Marques de Lima se trata no Ambulatório há mais de três anos e depende dos medicamentos disponbilizados pela rede pública de saúde. “Venho de ônibus para pegar meus remédios e chego aqui e falam que não tem. E agora? Não tenho dinheiro para comprar os medicamentos que uso, dependo da ajuda da prefeitura”, lamenta a aposentada.

Aposentada Josefa Marques de Lima.
Josefa faz uso de medicamentos antidepressivos e afirma que há três meses não consegue pegar nenhum dos remédios que precisa na unidade. “Todos os pacientes que tratam lá no Ambulatório estão revoltados com essa situação, somos doentes e precisamos de tratamento para viver bem”, ressalta.

O Ambulatório atende hoje cerca de 30 mil pessoas entre dependentes químicos e pacientes com transtorno mental. Prestam atendimento psicólogos, psiquiatras, psicoterapêuticos além de oferecer medicamentos farmacêuticos também para os pacientes com transtorno mental encaminhados pela clínica psiquiátrica Wassily Chuc, em Goiânia.

Um outro paciente, faz o uso dos medicamentos Clonazepam, Citalopram e Ácido Valpróico, relata que a falta da medicação provoca nele crises depressivas e nervosas. Para comprar os remédios, gastaria cerca de R$120 reais. “Como que uma pessoa que se diz médico pode deixar uma unidade de saúde sem medicamentos básicos para os tratamentos? Paulo Garcia deveria ter vergonha de falar que é um profissional da saúde, não trouxe nenhuma melhoria para o município nesse sentido”, disse.

“Já tem uns 3 meses que não consigo pegar os remédios que faço uso continuo. Engraçado que só foi chegar a época das eleições para que a verba para compra dos medicamentos sumissem”, afirma um terceiro paciente do Caps. 

DESPEJO
Há cerca de noventa dias a unidade de saúde recebeu ordem de despejo por falta de pagamento. O pagamento do aluguel do prédio é de responsabilidade da Prefeitura de Goiânia. Atualmente, a prefeitura paga - ou deveria pagar - R$ 7,5 mil por mês pelo imóvel, avaliado em mais de dois milhões.

Um funcionário, que não quis se identificar, conta que há dois anos o Ambulatório vem sendo ameaçado com ação de despejo. "O pagamento do aluguel aqui é uma bagunça. A prefeitura paga dois meses e fica devendo mais oito meses, paga um mês sim e outro não. O pior é que ninguém quer alugar imóvel para prefeitura, pois sabem que é má pagadora”, contou. 

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