"Eu preciso de mais Goiás no Brasil para que este exemplo possa contagiar a todos”, afirmou Jorge Gerdau
Goiás foi um dos Estados que mais conseguiram avançar em gestão pública nos últimos anos no País. A avaliação foi apresentada, na manhã de hoje, pelo empresário e presidente fundador do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Jorge Gerdau, ao governador Marconi Perillo, durante assinatura de termo de continuidade às ações do Programa de Modernização da Gestão Pública (PMGP) e avaliação das atividades já realizadas na primeira etapa do projeto, iniciada em 2011. A solenidade reuniu, no 10° do Palácio Pedro Ludovico, mais de 50 empresários, políticos e prefeitos goianos.
O PMGP busca criar uma nova cultura administrativa de governança e gestão para alcançar desenvolvimento sustentável e promover melhorias sociais e econômicas. O programa é desenvolvido hoje em 14 Estados, 13 municípios e sete ministérios. Para isso, é realizado um diagnóstico e sugeridas ações de melhoria. O projeto está centrado ainda na agregação de métodos de gestão, técnicas de gerenciamento de receitas e despesas, reestruturação de processos e órgãos para promover mudanças na administração pública, com apoio da iniciativa privada. “Em Goiás tivemos uma das evoluções mais expressivas em termo de gestão nos últimos anos”, destacou Gerdau.
Jorge Gerdau, que também é presidente da Gerdau S/A, uma das principais fornecedoras de aço do mundo, comentou que os melhores exemplos do avanço de gestão de Goiás estão na área da educação, com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O Estado, que em 2011 era 5°colocado no ranking nacional, atingiu a 1º colocação em 2013. Além disso, mais de 20 mil professores foram formados anualmente pela Escola de Formação, houve adesão de 100% da rede ao currículo referência, redução de 33% da distorção idade-série, mil escolas reformadas e 51 em construção.
“Esse exemplo da educação valeu todo o esforço. Se toda a busca de eficiência nas diversas áreas não tivesse alcançado nenhum resultado, este da educação já teria bastado. (A educação) é o maior patrimônio que qualquer um que tem responsabilidade comunitária e social pode deixar. Educação é construir oportunidades iguais. É garantir a democracia. Temos uma medição nacional, que é o Ideb, mostrando o resultado da mudança de gestão no Estado. Goiás está em primeiro. Já temos uma cultura de gestão aqui. Eu preciso de mais Goiás no Brasil para que este exemplo possa contagiar a todos”, afirmou.
O governador Marconi Perillo, por sua vez, destacou que a parceria com o MDC estimula o Estado a buscar novos resultados como o conquistado na área de educação. Segundo o ele, o desafio de cumprir as metas propostas hoje são maiores diante das limitações financeiras. “Ter o MDC como parceiro nos anima, especialmente em momento de crise. Não há como dizer que não existe recessão no País. A gente sente nas empresas, na queda de receitas dos governos e das prefeituras. De novembro a março deste ano, tivemos uma frustração de receitas de 15%. Tudo o que fizemos em termo de planejamento está sendo repensado. Mas vamos continuar perseguindo nossos resultados para ter uma gestão cada vez mais eficiente”, afirmou.
Ele lembrou que os objetivos para avançar na gestão da área de educação, traçados junto a Bain & Company e o MDC, consistiu na elaboração de um plano de Reforma Educacional, distribuído em 25 pilares. O êxito em cada um deles foi decorrente da parceria. “Estes avanços na educação são os mais sentidos. Foi tudo planejado. Sem a Bain Company e o MDC, que nos deram suporte, não teríamos atingido este objetivo”, afirmou.
O governador ainda elencou o desenvolvimento na área de saúde. “Na saúde, houve uma quebra de paradigma. Acabamos com a gestão pública direta. Fomos buscar as melhores experiências de gestão e decidimos pelas OSs (Organizações Sociais). É claro que em relação às OSs é preciso ter cuidado para não contratar uma associação que desvie o conceito de 3° setor e da regulação. Criamos um emaranhado de fiscalização. O resultado é que todos os nossos hospitais são geridos por OSs e a transformação é extraordinária. Tenho orgulho do que fazemos na saúde. A saúde no Brasil tem conserto. É preciso gestão e saber operar”, disse.
Dos 13 hospitais públicos no Brasil acreditados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), entre federais, estaduais e municipais, anunciou Marconi, cinco estão em Goiás. “Este já é um indicador que nos dá credibilidade de continuar seguindo os objetivos de melhoria na gestão”, disse. Segundo ele, outro indicador que mostra êxito na área está em uma pesquisa de campo focando os familiares, pacientes e os profissionais. “O menor índice de satisfação foi 8,8, cuja nota máxima é 10. A média foi 9,2. Um deles chegou a 9,8. Vamos aferir novamente isso para confirmar o índice. Estamos satisfeitos com o resultado”, disse.
Marconi lembrou ainda os avanços nas área de infraestrutura, com a construção de 5 mil quilômetros de rodovias, e de saneamento básico. “Tínhamos, no meu primeiro governo, 12 estações de tratamento estamos chegando a 82. Quase 60% da população tem esgoto. Goiânia não tinha estação. E agora deve chegar à universalidade. Em todas estas áreas atuou o MBC. Fundamentalmente na área de planejamento estratégico. Temos desafios enormes e vamos conseguir avançar muito. Ética não é só agir com probidade sobre o patrimônio público, mas é saber empregar o recurso. É fazer o que fizemos com a educação e a saúde”, disse.
Novas metas
O presidente do Movimento Goiás Competitivo (MGC), Pedro Bittar, destacou que Goiás vai buscar, a partir de agora, as áreas da Fazenda e de Gestão, que passam a ser prioridade do movimento. O avanço colhido em cinco áreas de atuação nos últimos quatro anos foi resultado de reuniões mensais, com as equipes das secretarias envolvidas. "Só acreditamos numa empresa se houver gestão dentro dela. Avançamos muito. Mas ainda temos muito a avançar. Quem se reinventa, sai na frente", disse.
Ele destacou que, além das áreas de educação e saúde, na Segurança Pública foi estabelecido um plano de gestão estratégica que abrange as polícias Militar, Civil, Rodoviária, Corpo de Bombeiros e sistema prisional. Também foram investidos no incremento de tecnologia ao se adquirirem softwares de gestão estratégica. Na área do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o Estado se empenhou em identificar cenários, adequar metas e objetivos e promover uma análise mais aprimorada das soluções propostas tendo como objetivo a melhor gestão ambiental. Para a área econômica, foram traçados diagnósticos de gestão que resultaram no treinamento de 60 servidores para lidar com as novas métricas. O resultado do empenho da equipe econômica foi percebido com os R$ 26 milhões em crédito tributário arrecadados, sendo provenientes de 272 ações.