A Indústria das Emendas: Como Deputados Estão Usando Hospitais e OS para Financiar Poder Político em Goiás
O Blog do Cleuber Carlos teve acesso a informações exclusivas que expõem uma engrenagem silenciosa, lucrativa e politicamente estratégica que está moldando o sistema de saúde pública em Goiás.
Nos bastidores, deputados estaduais têm utilizado hospitais filantrópicos, fundações e Organizações Sociais (OS) para operar suas emendas parlamentares, não apenas para realizar cirurgias eletivas, oftalmológicas, ortopédicas, bariátricas e pequenos procedimentos — mas para garantir retorno financeiro e político.
Como funciona o modelo
Uma mulher procura o município, oferecendo levar recursos para saúde, para realização de cirurgias eletivas desde que, o Instituto que vai realizar os procedimentos seja o indicado por ela. Geralmente ela oferece uma participação financeira para o prefeito para que ele contrate a empresa dela ou de alguns dos seus parceiros. Tem prefeito que indica o deputado para colocar a emenda e o Instituto já tem deputados estaduais e federais que aportam recurso para o esquema, já que há casos de devolução de recursos que pode chegar até 50% do valor mas o de praxe é 20%.
- O deputado destina emendas parlamentares para determinado municípios, hospital, fundação de saúde ou OS com Sebas.
- A instituição, que recebe o dinheiro oficialmente para realizar cirurgias e reduzir filas, contrata um instituto, empresa ou grupo médico para executar os procedimentos.
- Na prática, esse instituto não realiza a totalidade dos procedimentos pagos.
- A diferença entre o que foi pago e o que realmente foi executado volta para o articulador político — o deputado — sob forma de “retorno”.
Esse retorno não é simbólico. Fontes ligadas à própria gestão de saúde revelaram ao blog que o “cashback político” varia entre 20%, 30%, 40% e pode chegar até 50% do valor da emenda.
Ou seja: metade do dinheiro público destinado à saúde pode estar sendo desviada da sua finalidade — que é atender o povo.
O discurso é bonito; a prática é sombria
No papel, tudo parece humanitário:
Mas quando se aprofunda nos números e nos resultados:
- Filas não diminuem.
- Procedimentos não batem com o que foi pago.
- Hospitais continuam superlotados.
- A população segue sofrendo.
Ou seja: o dinheiro circula, mas o serviço não chega onde deveria chegar — no povo.
O Estado sabe?
Sim.
E mais: tolera.
Porque essa engrenagem move reeleições, compra apoios, cria fidelidades e mantém currais eleitorais.
Enquanto isso, o paciente espera um ano para uma cirurgia de catarata.
Enquanto isso, criança aguarda por meses para uma consulta neurológica.
Enquanto isso, o cidadão comum agoniza numa fila que nunca anda — porque a fila é o negócio.
O blog está com
Nomes de deputados, institutos, municípios e emendas destinadas. Vamos cruzar dados, informações e em breve dar nomes de prefeitos, deputados e empresários envolvidos no esquema que desvia milhões da saúde em Goiás para os próprios bolsos.
OPINIÃO
O que está diante dos nossos olhos não é só um esquema financeiro.
É um projeto de poder sustentado em cima da dor humana.
A saúde virou moeda eleitoral.
A doença virou ativo político.
O sofrimento virou negócio.
E quando o sofrimento vira negócio,
curar deixa de ser prioridade.
O que passa a importar é o fluxo do dinheiro, não o destino da vida.
Se esse modelo não for exposto, investigado e desmontado,
não teremos apenas filas maiores —
teremos um Estado onde a saúde pública serve para enriquecer mandatários e perpetuar carreiras.
E isso, em uma democracia, é um crime muito maior do que desvio de verba:
é desvio de propósito.

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