Alimento registra valorização no primeiro semestre com taxa inflacionária cinco vezes superior à média dos demais itens alimentares.
Em um cenário de recuo geral da inflação e dos preços dos alimentos no País, um item essencial na alimentação dos brasileiros tem tomado um caminho contrário preocupante. O ovo de galinha registrou uma alta significativa de 22,93% nos últimos 12 meses até junho, marcando o maior avanço desde julho de 2013, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto a categoria de alimentos e bebidas acumulou uma alta de 4,01% no mesmo período, a alimentação em domicílio avançou 2,88%. O ovo de galinha tornou-se uma das principais fontes de proteína para as famílias no Brasil, especialmente as de baixa renda, visto o aumento dos preços da carne e do frango nos últimos anos, devido a choques na cadeia produtiva e à demanda externa aquecida.
Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa de assessoria para o comércio exterior, a questão está ligada diretamente à oferta e à demanda do produto. "Embora o Brasil seja suficiente na produção de ovos e não deva sofrer escassez, os brasileiros enfrentarão o preço elevado do produto devido à diminuição da produção e, ao mesmo tempo, o valor do mercado externo", afirma.
Essa escalada de preços nos ovos de galinha não é exclusiva do Brasil, já que diversos países enfrentam problemas de escassez do produto desde o início do ano. Na Europa, por exemplo, os impactos da guerra na Ucrânia, aliados à alta dos custos dos grãos e da energia elétrica, e o surto de gripe aviária nos Estados Unidos têm afetado a oferta global de ovos.
Diante desses desafios, os consumidores brasileiros têm sido impactados pelos preços elevados do ovo de galinha, uma importante fonte de proteína. As autoridades e produtores buscam alternativas para lidar com a situação e garantir o abastecimento adequado do mercado interno, enquanto a demanda internacional e a variação cambial continuam influenciando o cenário do mercado de ovos no país.
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